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10 filmes clássicos de romance para quem ainda quer acreditar no amor


Clarice Lispector, certa vez, escreveu: “amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca”. Não à toa, a literatura, o cinema, a música - a arte, em geral - estão repletos de histórias de amor em suas mais variadas formas, que nos cativam e nos fazem suspirar dado o encantamento trazido por esse potente e intenso sentimento.

Tendo isso em mente e sabendo que não há nada como uma boa história de romance para nos inspirar  - não deixando de problematizar quando necessário, é claro, as romantizações e os clichês excessivos e os contos de fadas extremamente idealizados - é impossível não lembrar de alguns filmes clássicos que ficaram marcados, seja por serem uma daquelas histórias de amor arrebatadoras (e, algumas vezes, sofridas), que nos arrancam lágrimas e despertam nossos sentimentos, seja por trazerem aquele “quentinho no coração”, acalentando nossa alma e demonstrando que ainda pode ser possível acreditar no amor romântico e encontrar algum conforto ou propósito nele. 

Afinal, como sabiamente disse também o poeta Javier Velaza, “se nada nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida”. 

Assim, para citar alguns bons exemplos desses clássicos que conquistaram seu lugar no cinema ao longo das décadas, temos uma lista com 10 filmes para quem ainda quer acreditar no amor. 

As pontes de Madison

Direção: Clint Eastwood (1995) 

É possível se apaixonar e viver uma história de amor verdadeiro em apenas quatro dias? Em síntese, As pontes de Madison nos apresenta a um enredo assim. Baseado no romance best-seller de 1993, escrito por Robert James Waller, a trama gira em torno de Francesca Johnson (Meryl Streep), uma mãe de família que leva uma vida pacata em uma propriedade rural no interior dos EUA. Quando seu marido e dois filhos viajam por alguns dias, sua vida é transformada com a chegada de Robert Kincaid (Clint Eastwood), um fotógrafo de uma famosa revista que aparece perdido em sua propriedade em busca das pontes de Madison County, cujas fotos deseja registrar. Quando os caminhos dessa modesta dona de casa e desse fotógrafo de espírito livre se cruzam, uma paixão intensa vem à tona e ambos começam a questionar os sentimentos e a vida que conheciam e acreditavam ter sob controle até então. A performance arrebatadora de Meryl Streep rendeu uma de suas dezenas de indicações ao Oscar de melhor atriz.

“Eu percebi que o amor não obedece às nossas expectativas. Seu mistério é puro e absoluto.”

Adivinhe quem vem para o jantar 

Direção: Stanley Kramer (1967)

Nessa história, temos Joanna Drayton (ou Joey), interpretada por Katharine Hougthon, uma jovem culta, criada por uma família considerada liberal e progressista. Em uma viagem ao Havaí, ela conhece o Dr. John Prentice (Sidney Poitier), um charmoso e respeitado médico que é viúvo, tendo perdido sua esposa e filho em um trágico acidente de trem anos antes. Em pouco tempo de convivência, ambos se apaixonam perdidamente e decidem que querem se casar. Porém John busca a aprovação e a bênção dos pais de Joanna (Katharine Hepburn e Spencer Tracy). E ele seria considerado o homem perfeito para Joey, não fosse uma única questão: ela é branca e ele, negro, e a família da moça, até então “mente aberta” para os padrões da época, passa a questionar o relacionamento da filha, assim como a família de John também se coloca contra a união. Lançado em 1967, momento em que a luta pelos direitos civis estava em plena efervescência nos Estados Unidos e no mundo, relacionamentos interraciais não eram bem-vistos. Trata-se, portanto, de uma história de amor que enfrenta barreiras, mas em que ambos estão decididos a convencer suas famílias de que se amam, querem e devem ficar juntos, em que pese qualquer preconceito ou convenção social. O filme, que foi indicado a dez Oscar, concedeu o prêmio de melhor atriz a Katharine Hepburn, além de ter levado a categoria de Melhor Roteiro Original. 

Dirty Dancing - Ritmo Quente  

Direção: Emile Ardolino (1987)

Quem nunca sonhou em viver um amor de verão? Dirty Dancing nos entrega uma dessas tramas memoráveis. Frances Houseman (Jennifer Grey) - ou Baby, como é carinhosamente chamada -, uma jovem de classe média alta, ao passar as férias de 1963 com sua família em um resort no campo, conhece o belo instrutor de dança do local, Johnny Castle (Patrick Swayze), um homem pertencente a uma realidade totalmente diferente da dela. Em meio a danças contagiantes e envolventes, ambos se apaixonam e vivem uma história arrebatadora, ao som de uma trilha sonora inesquecível. Sua canção original (I've Had) The Time of My Life tornou-se um sucesso estrondoso, além de ter levado um Oscar, e é impossível esquecer a música She's like The Wind na voz de Patrick Swayze. 

“- Você não tem medo de nada.

- Eu? Tenho medo de tudo. Tenho medo do que fiz, do que vi, de quem sou. Acima de tudo, tenho medo de sair desse quarto e não sentir, pelo resto da vida, o que sinto com você.”

Tarde demais para esquecer 

Direção: Leo McCarey (1957)

Nickie Ferrante (Cary Grant), um homem sedutor e mulherengo, é considerado o solteiro mais cobiçado do momento e está prestes a se casar com sua noiva. Em um cruzeiro marítimo rumo a Nova York, ele conhece Terry McKay (Deborah Kerr), uma cantora que também está de casamento marcado. Eles se apaixonam perdidamente, mas como estão comprometidos com outras pessoas, combinam de se encontrar em seis meses no topo do Empire State Building. Caso seus sentimentos perdurem e  ambos consigam resolver suas vidas nesse ínterim, poderão enfim ficar juntos. Contudo um terrível acidente transforma seus planos e seu destino. Trata-se de uma história muito tocante e que ainda conta com ambientação e figurino impecáveis, além de uma música-tema memorável. Não por acaso, recebeu 4 indicações ao Oscar: Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original. 

Enquanto você dormia 

Direção: Jon Turteltaub (1995)

Protagonizado por uma das queridinhas dos anos 1990, Sandra Bullock dá vida à Lucy Moderatz, que trabalha na bilheteria do metrô de Chicago. Muito solitária e sem família, tendo apenas a companhia de seu gato, Lucy vive um amor platônico com um charmoso passageiro o qual vê todos os dias na estação, o advogado Peter (Peter Gallagher), sem nunca ter trocado sequer uma palavra com ele. Quando este sofre um assalto e é jogado nos trilhos do trem, ele é salvo por Lucy, que acaba sendo confundida com sua noiva no hospital enquanto Peter está em coma, passando a conviver intensamente com sua adorável e acolhedora família, incluindo seu irmão mais velho, Jack (Bill Pullman), por quem Lucy começa a ter sentimentos reais. Aqui temos uma cativante comédia romântica que é, além de tudo, ambientada no Natal, e que aborda tanto o amor romântico como também o amor fraternal e familiar, ou seja, é um típico e perfeito “filme conforto”. 

“A vida nem sempre acontece como você planeja.”

Love Story - Uma história de amor

Direção: Arthur Hiller (1970) 

Como o próprio título sugere, Love Story é uma típica e clássica história de amor. Oliver Barrett (Ryan O'Neal), um aluno de direito de Harvard, conhece e se apaixona por Jenny Cavilleri (Ali MacGraw), uma estudante de música de origem humilde. O pai do jovem, um homem muito rico, não aceita o relacionamento e deserda o filho que, apesar disso, decide se casar com Jenny e viver plenamente seu amor. Mas a vida, com seus acontecimentos inesperados, acaba trazendo mais uma trágica barreira para essa história. Sua trilha sonora é impossível de esquecer, especialmente a bela melodia da música-tema que, não à toa, levou o Oscar. 

Casablanca

Direção: Michael Curtiz (1942)

Este eterno clássico dos clássicos, que foi indicado a oito Oscar e levou os três principais prêmios em 1943, é protagonizado por Rick Blaine (Humphrey Bogart), um estadunidense proprietário de um badalado café em Casablanca, no Marrocos. Em plena Segunda Guerra Mundial, Ilsa Lund (Ingrid Bergman), o grande amor da vida de Rick - com quem viveu intensos dias de paixão em Paris havia alguns anos -, chega a Casablanca com seu marido, que é um dos líderes da resistência tcheca, caçado pelos nazistas. Então, Rick e Isla se deparam com o dilema de voltar a viver seu amor ou preservar a vida do marido dela, fortalecendo a luta contra o nazismo. É uma história que, além de tudo, ilustra como amar também significa saber deixar o outro partir. 

 "Nós sempre teremos Paris."

Maurice

Direção: James Ivory (1987)

Com um roteiro adaptado do romance de E. M. Forster e uma trama, em certa medida, semelhante à de Love Story, o filme nos conta a história do personagem-título, Maurice Hall, vivido por James Wilby, um jovem que pertence à burguesia inglesa no início do século XX. Quando este ingressa na Universidade de Cambridge no ano de 1909, ele conhece Clive (Hugh Grant), por quem se apaixona. Contudo Clive, embora também corresponda ao amor de Maurice, tem pretensões profissionais e políticas que o impedem de viver plenamente o romance, tendo em vista as conservadoras convenções sociais da época, em que a homossexualidade ainda era considerada um crime no Reino Unido. É uma história que aborda, sobretudo, a descoberta e aceitação da sexualidade e a busca pela liberdade, com belas atuações e uma linda fotografia. 

O casamento do meu melhor amigo

Direção: P. J. Hogan (1997)

Em O casamento do meu melhor amigo, Julia Roberts, outra queridinha das comédias românticas, interpreta Julianne, uma crítica gastronômica que recebe o convite para o casamento de seu ex-namorado, que se tornou seu melhor amigo. Ambos haviam combinado que, se permanecessem solteiros quando completassem 28 anos, casariam-se. E é quando isso está na iminência de acontecer que Michael (Dermot Mulroney) anuncia seu casamento com a linda e rica Kimberly (Cameron Diaz). Julianne aceita o convite para ser madrinha, mas com o objetivo de reconquistar Michael e acabar com o casamento.  É um filme muito divertido e bastante musical, com uma trilha sonora muito marcante. Impossível não cantar “I Say a Litlle Prayer” junto com o elenco na cena do restaurante ou não suspirar quando Michael recita “The Way You Look Tonight” para Julianne, ou quando esta dá sua música “de presente” de casamento para Kimberly.

“Se você ama alguém, você fala. Você fala logo, alto. Se não, o momento simplesmente… passa.”

A princesa e o plebeu 

Direção: William Wyler (1953)

Este filme, que concedeu o Oscar de melhor atriz a então estreante Audrey Hepburn, prestes a se tornar o ícone que todos conhecemos hoje, nos apresenta a Ann (Hepburn), uma princesa que, ao visitar Roma, decide se passar por plebeia, acreditando estar anônima. Nesse ínterim, ela acaba se envolvendo com Joe Bradley (Gregory Peck), um repórter que ao se dar conta de quem ela é, tem a oportunidade de capitanear um “furo” jornalístico. Entretanto os dois acabam se apaixonando e a história toma um outro rumo. Sendo um verdadeiro clássico conto de fadas, tem um elenco cativante, uma linda fotografia em preto e branco, além da belíssima ambientação em Roma.


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Arte em destaque: Caroline Cecin 

Vanessa Vieira
Brasiliense, encantada por histórias – reais e inventadas – desde criancinha, sempre encontrou nos livros e nos filmes seus melhores companheiros. Formada em Letras e apaixonada por Literatura e Cinema, tornou-se servidora pública na área da Cultura, sempre acreditando no potencial que esta tem de transformar e salvar vidas.

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