últimos artigos

Os 13 beijos mais marcantes do cinema clássico


Se hoje é tão comum assistirmos a cenas de beijos em filmes, não se engane, esse ato de afeto era considerado impróprio nas produções cinematográficas. Sim, isso mesmo. O beijo se tornou um ato revolucionário não apenas de demonstração de amor, mas de quebra de barreiras. 

Pensando nisso, selecionamos beijos inesquecíveis do cinema clássico para suspirarmos. 

O Beijo (1896)

O cientista Thomas Edison tem como um de seus inventos mais notáveis a lâmpada (o que é discutível quando conhecemos a história do inventor, já que ele mais explorava ideias alheias do que criava as próprias, todavia prossigamos), mas além disso foi graças a ele que nasceu a primeira cena de beijo em uma tela de cinema. Edison tinha uma produtora de filmes e convocou William Heise para produzir o curta.  A filmagem da cena durou apenas 18 segundos e foi protagonizada por May Irwin e John Rice. Nela ambos conversam enquanto trocam beijinhos. Apesar de simples para os padrões de hoje, na época o filme recebeu críticas de espectadores mais conservadores, que chamaram a cena de “obscena”. A Igreja Católica inclusive pediu censura da obra, pois beijar em público era considerado um crime. Imaginem só!


Uma Semana (1920)

Acredito que o nascimento do gênero de comédias românticas teve seu início nos anos 1920, com os filmes mudos protagonizados por astros como Charlie Chaplin e Buster Keaton. Este último, conhecido por nunca sorrir no set, se imortalizou por usar ação como comédia em cenas que envolviam acrobacias, corridas e quedas perigosas. Buster não usava dublês, e para as cenas arriscadas terem êxito era feito todo um estudo. No curta-metragem Uma Semana (One Week no original), Keaton e Sybil Seely interpretam um casal recém-casado que ganha como presente uma casa que pode ser construída em uma semana, uma espécie de faça-você-mesmo. Ainda que pequeno, o filme tem a cena mais fofa possível, quando o personagem masculino vê sua esposa desenhando um coração e a beija timidamente.  


Rainha Cristina (1933)

A belíssima Greta Garbo protagonizou em 1933 o clássico Rainha Cristina (Queen Christina), que contava a história da rainha sueca. Cristina se tornou rainha aos seis anos, após a morte do pai. Ela gostava de usar roupas masculinas e tinha personalidade irreverente. A rainha, apesar de não explicitar tanto no filme, tinha um caso com a sua dama de companhia Ebba Sparre (Elizabeth Young), que era apresentada como sua companheira de cama. As duas trocam um beijo quando se encontram, demonstrando o quanto era natural aquela troca de carinho entre elas. 


Asas (1927)

Lançado em 1927, Asas (Wings no original) fez história por ser o primeiro filme mudo a levar a estatueta na categoria principal, na primeira premiação do Oscar em 1929.  A película conta a história de dois homens, Jack Powell (Charles Rogers) e David Armstrong (Richard Arlen), que se tornam rivais após se verem apaixonados pela mesma mulher. Os dois acabam se alistando no Serviço Aéreo do Exército, e assim nasce uma amizade entre eles. Após uma acontecimento trágico, David acaba ferido e, quando Jack o vê, pede perdão dando um selinho no canto dos lábios do amigo. O beijo é tão tímido que mais parece ter sido na bochecha. A cena é lindíssima, cheia de afeto e sensibilidade, demonstrando o quão forte era a ligação dos dois. Asas se tornou ainda mais histórico por apresentar o primeiro beijo entre dois homens em um filme.


E o Vento Levou (1939)

Recordista de bilheterias e de premiações, E o Vento Levou (Gone With the Wind no original) entrou para a história do cinema e hoje é considerado um dos clássicos mais notáveis e bem avaliados. A obra, que fez um grande sucesso no seu ano de lançamento, conta a história de Scarlett O’Hara (Vivien Leigh), uma jovem sulista que vê sua vida mudar completamente com o início da Guerra Cívil Americana, tendo que se reconstruir em meio aos horrores que a guerra deixou. Diante de tudo isso, ela conhece Rhett Butler (Clark Gable), o outro protagonista da história que se apaixona pela moça. Os dois vivem um romance turbulento, mas que gerou cenas de beijos memoráveis. Dentre elas, a cena em que Rhett propõe casamento a Scarlett após ela ficar viúva, e os dois se beijam pela segunda vez, é inesquecível. 


Casablanca (1942)

Conhecido como um dos maiores filmes de romance da história, Casablanca se consolidou como um grande clássico, sendo lembrado até hoje em séries e filmes. Ele conta a história de Rick (Humphrey Bogart), dono de uma bar que durante uma noite reencontra Ilsa (Ingrid Bergman), seu grande amor do passado. Em um flashback, vemos os dois vivendo um romance em Paris antes da Segunda Guerra Mundial eclodir. Uma das cenas mais marcantes é o beijo que o casal troca antes de se separarem pela primeira vez. “Beije-me como se fosse a última vez”, essa é a última frase que vemos Ilsa dizer antes de partir o coração do protagonista, beijando-o com emoção. 


Interlúdio (1946) 

Um dos maiores clássicos de Alfred Hitchcock é Interlúdio (Notorious no original). A obra lançada em 1946 tem como protagonista Alicia Huberman (Ingrid Bergman), a filha de um nazista que acaba tendo de trabalhar como espiã para os estadunidenses.  A trama se passa na cidade do Rio de Janeiro, onde Alicia começa a viver um romance com agente T. R. Devlin (Cary Grant). Os dois protagonizaram uma das cenas de beijos mais longas e marcantes da história do cinema. A cena mostra o casal trocando vários beijos rápidos durante um diálogo, cada beijo tem cerca de três segundos, isso porque desde 1930 existia uma espécie de código de produção de cinema, conhecido como Código Hays. As produções cinematográficas da época precisavam seguir as regras para que não sofressem censura. Entre as proibições, estava a de que os beijos na boca não poderiam ultrapassar os três segundos. Hitchcock conseguiu ser mais espertinho e burlou a regra, produzindo assim uma sequência de beijos lindíssima e que parece fluir naturalmente. 


A Um Passo da Eternidade (1953)

Ainda com Código Hays em vigor, A Um Passo da Eternidade (From Here to Eternity no original), sofreu com as regras do código. Trazer um adultério para as telas de cinema ainda parecia impactante. Na obra, conhecemos três soldados que estão em uma base militar no Havaí, dentre eles o sargento Milton Warden (Burt Lancaster), que se apaixona pela esposa de seu superior, Karen Holmes (Deborah Kerr). Ambos protagonizam a cena mais icônica de todo o filme, um beijo na praia. Esse é um daqueles casos em que uma cena consegue ser mais memorável do que a sua obra de origem. 


Janela Indiscreta (1954)

Janela Indiscreta (Rear Window no original) é possivelmente um dos meus filmes favoritos do diretor. Nele conhecemos Jefferies (James Stewart), um fotógrafo que após sofrer um acidente fica com a perna imobilizada, tendo que passar o dia todo confinado em seu apartamento observando seus vizinhos pela janela. Jeff tem como namorada a socialite Lisa Fremont (Grace Kelly), ela desenvolve um papel fundamental dentro da história. 

A cena em que conhecemos Lisa pela primeira vez é fantástica, Hitchcock brinca com a sombra da personagem se aproximando cada vez mais do namorado, como se ela fosse uma ameaça, mas quando vemos o rosto dela tão próximo temos a sensação de que ela vai beijar o espectador, e não Jeff. Acho essa técnica fantástica, pois gera uma aproximação e identificação com o personagem. 

É uma das minhas cenas favoritas de todo o filme, por todo o sentimento que causa desde a sensação de ameaça até o alívio quando vemos o beijo.


Um Corpo que Cai (1958)

Em Um Corpo que Cai (Vertigo, no original) o ex-detetive John Scottie (James Stewart) atende um pedido de um amigo para que siga sua esposa, Madeleine (Kim Novak) em todos os lugares aonde que ela for. Scottie acaba desenvolvendo um romance com a mulher que parece está sempre atormentada mentalmente e que, por isso, acaba desenvolvendo tendências suicidas.  Em um diálogo forte entre os dois, Madeleine confessa seus medos a ele. Quando ela corre em direção ao mar, Scottie a segura em seus braços e os dois se beijam em meio a uma paisagem linda, que condiz total com o sentimento que os dois vivem.


Bonequinha de Luxo (1961)

Um dos trabalhos mais notáveis de Audrey Hepburn, sem sombra de dúvidas é Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's no original). Nele, a atriz interpreta a charmosa Holly Golightly uma acompanhante de luxo nova-iorquina que tem entre seus sonhos se casar com um milionário. Holly tem como vizinho Paul (George Peppard), um escritor fracassado que acaba se apaixonando por ela.

Os protagonizam um beijo na chuva linda e que arranca suspiros até hoje! 


Star Wars: O Império Contra-Ataca (1980)

No segundo filme da trilogia clássica de Star Wars acompanhamos a jornada de Luke Skywalker (Mark Hamill) em busca de dominar a “Força” para se tornar um cavaleiro Jedi, mas o destaque vai para Leia (Carrie Fisher) e Han Solo (Harrison Ford), neste filme os dois começam a desenvolver os sentimentos que sentem um pelo outro, chegando a se beijarem pela primeira vez. Mas o que podemos considerar o momento mais icônico do casal é a declaração que os dois trocam antes de se separarem de vez. Os dois se beijam pela segunda vez, mas o que torna o beijo mais marcante é o que a princesa diz: “Eu te amo” enquanto Han Solo solta um “Eu sei” como resposta. 

Vale lembrar que a cena foi improvisada pelo ator, pois ele acreditava que isso condizia mais com a personalidade do personagem.


Uma Linda Mulher (1990)

Um clássico dos anos 90, Uma Linda Mulher (Pretty Woman, no original) dispensa apresentações. O longa é protagonizado pela lindíssima Julia Roberts e por Richard Gere, que dão vida à prostituta Vivian e ao executivo Edward. Os dois vivem uma paixão enquanto Edward faz uma viagem para Los Angeles, mas enfrentam dificuldades por serem de mundos tão diferentes. 

A química entre os dois contribuiu muito para o filme se tornar uns dos romance mais querido do público, em especial a cena final, em que Edward vai atrás de Vivian e sobe as escadas de incêndio do prédio dela, em um estilo de contos de fadas, ficando frente a frente dela e a beijando apaixonadamente.



Arte em destaque: Sofia Lungui 
Maria Fontenele
Piauiense, nascida em 2000, se arrisca a escrever desde pequena. Apaixonada por reprises de filmes antigos, sonha em viver num musical dos anos 60, mesmo sem saber cantar. Chora ouvindo Scorpions, e tem uma lista tão grande de livros que jura que vai ler tudo antes de morrer.

Comentários

Formulário para página de Contato (não remover)