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Desencanto: o silêncio ensurdecedor do amor proibido na Inglaterra dos anos 1940

 

“Eu me apaixonei. Sou uma mulher comum. Eu não sabia que coisas tão violentas quanto essa poderiam acontecer a pessoas comuns.”

Muitos séculos atrás, William Shakespeare um dia escreveu a seguinte frase: “Esses prazeres violentos têm finais violentos” (These violent delights have violent ends). Em seu contexto original, a frase foi aplicada a um dos diálogos de Romeu e Julieta, provavelmente o mais famoso romance condenado de todos os tempos. Mas ela também poderia ter sido aplicada à história de Laura Jesson e Alec Harvey, protagonistas daquele que talvez seja o romance condenado mais subestimado – e ao mesmo tempo aclamado – do cinema dos anos 1940.

Laura e Alec, no entanto, não eram dois jovens adolescentes descobrindo o primeiro amor; eram dois adultos formados, já com sua cota de vivências, e suas famílias não estavam tentando separá-los. Bem, pelo menos, não conscientemente ou intencionalmente. Na verdade, elas nem faziam ideia disso. Ou melhor, especificamente os cônjuges de ambos não faziam ideia de que havia um arrebatador sentimento alheio a eles crescendo no interior de seus parceiros.

Sim, Laura e Alec eram casados. Não um com o outro, mas com pessoas diferentes. Tinham filhos, amigos, ocupações estáveis, rotinas perfeitamente comuns como a de qualquer outra pessoa de classe-média na Inglaterra do pós-guerra. Tão comuns que tudo parecia perfeitamente bem. Ou somente parecia, perceba. Até casualmente conhecerem um ao outro sem querer no café de uma estação de trem...

Essa é a premissa que dá terreno ao desenrolar dos acontecimentos do filme Desencanto (Brief encounter), de 1945, que foi vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes daquele mesmo ano e é considerado um dos melhores romances de toda a sétima arte por veículos como The Guardian, Time Out e o British Film Institute - que até mesmo chegou a colocá-lo na 2ª posição de sua lista de Top 100 Filmes Britânicos. É possível argumentar que, diante de outros grandes clássicos românticos da mesma década, como Casablanca e Gilda, Desencanto possa ter ficado um pouco “esquecido” no tempo, no sentido de que ele certamente seria o filme mais “obscuro” dos três para um público não-cinéfilo. Quiçá uma das respostas para isso já esteja neste parágrafo: esse não é um filme tradicionalmente hollywoodiano como os outros dois, mas sim um filme profundamente britânico. Isso não quer dizer que ele seja menos influente, contudo.

Da mesma forma com que Casablanca e Gilda se tornaram inesquecíveis ao retratarem paixões que traziam uma certa dose de angústia e desejo, Desencanto marcou a época por trazer esses elementos ao mesmo tempo que tocava na temática do adultério. Se ainda hoje esse é um assunto um tanto polêmico, naquele período a infidelidade era muito mais moralmente espinhosa. No cinema hollywoodiano, então, qualquer insinuação à questão nas telas era terminantemente censurada ou punida com uma má consequência narrativa por imposição do infame Código Hays, um conjunto de leis vigente entre as décadas de 1930 a 1960, que regia o que podia ou não ser representado nos filmes estadunidenses. Já na sociedade britânica, o adultério não deixava de ser menos tabu, e o divórcio era visto com maus olhos. Dependendo do conteúdo retratado nos filmes produzidos em terras inglesas, a chance de censura também era uma realidade, ainda que mais branda que nos EUA. Dito isso, de uma perspectiva puramente artística em geral, o cinema europeu sempre pareceu ter historicamente uma maior liberdade criativa do que o estadunidense.

Mas mais do que explorar um tema complexo dentro de uma trama simples, o que torna Desencanto verdadeiramente único em meio aos seus contemporâneos é a sensibilidade com a qual ele trata a humanidade de suas personagens principais. Suas falhas e vulnerabilidades são expostas sob a luz de um olhar cinematográfico carregado de empatia, começando pelo detalhe importante de que acompanhamos toda a história do affair entre as duas pelo ponto de vista de Laura. Ela é quem nos conta tudo o que aconteceu desde o início através de uma narração mental em off, interpretada com muita precisão pela atriz Celia Johnson.

A partir daqui, no entanto, é impossível discutir Desencanto sem mencionar também duas figuras importantes para a sua realização, sendo a primeira delas o seu diretor: David Lean.

David Lean
Membro do panteão honorário de grandes cineastas da antiga Hollywood, o nome de Lean ficou mais conhecido pela direção de alguns dos maiores épicos já filmados na história do cinema, tais como A ponte do rio Kwai, Lawrence da Arábia e Doutor Jivago (os dois primeiros até mesmo venceram o Oscar de Melhor Filme nos anos de 1958 e 1963, respectivamente). Ostentados de locações reais gigantescas e cenas grandiosamente elaboradas com inúmeros figurantes e atores, seus filmes provocaram uma intensa influência em centenas de outros longas e diretores, um deles sendo Steven Spielberg, por exemplo, que já deu diversas declarações sobre como Lawrence da Arábia foi uma das principais forças-motrizes que o motivaram a começar a criar seus próprios filmes, e que até serviu de inspiração para Indiana Jones.

Em termos de escala, porém, Desencanto é um filme consideravelmente menor em comparação aos exemplos indicados da filmografia de Lean. Costumeiramente classificado como um filme de sua fase “pré-epica”, aqui ele não só traz um número limitado de atores, como também uma quantidade bastante reduzida de cenários, apesar de este ter sido, na realidade, o primeiro filme com o qual ele lidou com locações externas. Por outro lado, essa última informação ganha mais uma virada interessante quando se leva em conta que o filme é uma adaptação de uma peça teatral de um único ato, que originalmente se passa apenas no cenário da estação de trem, transformando o longa, portanto, em uma expansão do seu material de base.

É neste momento que passamos então para a segunda figura relevante para entendermos Desencanto: Noël Coward.

Dramaturgo, ator, diretor e ícone LGBTQIA+, Noël escreveu um ciclo de nove peças de um único ato como plataforma para que ele e a atriz Gertrude Lawrence pudessem atuar juntos por volta da metade da década de 1930. Uma dessas peças se chamava Still life, que viria a ser adaptada como Desencanto para o cinema através das palavras do próprio Noël Coward, que assumiu a responsabilidade de escrever o roteiro do filme em conjunto com os produtores Anthony Havellock-Allan e Ronald Neame, além do próprio David Lean, que já havia trabalhado anteriormente ao lado de Coward na adaptação de outras de suas peças.

Lean era, assim como Coward, britânico. E esta identidade nunca, talvez, se refletiu tanto em sua filmografia quanto em Desencanto. Foi ele quem deu a ideia de que o enredo linear da peça original deveria ser contado por meio de flashbacks no cinema, decisão esta que acabou levando à inclusão da narração de Laura no filme. Em adição à mencionada empatia que é causada por esse recurso, já que dessa forma nos aproximamos muito mais dos sentimentos de Laura, uma das grandes sacadas sutis de ouvirmos as palavras da personagem detalhando sua história com Alec é o realce que isso traz daquilo que não é dito.

Os britânicos são estereotipicamente conhecidos por sua compostura e controle de emoções. Eles não são tão acostumados a grandes gestos ou demonstrações expositivas de afeição em público. É como se a frieza cinzenta do clima meteorológico inglês se refletisse nas pessoas para além do normal. E isso chega a ser até mesmo comentado por Laura ao narrar uma tarde que passou no parque com Alec:

“Sabe, acho que seríamos diferentes se vivêssemos num clima quente e ensolarado. Não seríamos tão fechados, tímidos e difíceis.”

Existe a presença de um “silêncio ensurdecedor” que permeia toda a situação do casal. A necessidade de esconderem seus sentimentos é devastadora para ambos, e o contraste com as outras pessoas ao redor faz-se ainda mais evidente quando eles mesmos não podem flertar descaradamente para todos verem e ouvirem, como alguns dos frequentadores do café da estação onde Alec e Laura se conheceram.

Ainda a respeito desse silêncio, especula-se também que a história de amor proibido ao centro de Desencanto seja, na verdade, uma alegoria às próprias experiências de Noël Coward enquanto homem gay que precisava esconder sua orientação sexual numa época em que a homossexualidade ainda era criminalizada na Grã-Bretanha. Embora não haja uma confirmação do autor a respeito disso, essa tese se estabeleceu como uma interpretação recorrente do dilema moral do filme por estudiosos dele.

O fato de que o envolvimento de Laura com Alec acontecera tão naturalmente, sem qualquer segunda intenção inicial, praticamente de forma inocente, só parece tornar tudo pior. Laura não acordou um dia se sentindo insatisfeita com sua vida e decidiu simplesmente que iria trair seu marido. Foi mais banal que isso. Tudo começou por causa de um cisco no olho.

Desencanto (1945)

Atingida pela velocidade do vento rajando em seu rosto após a passagem de um trem expresso, Laura, que estava no aguardo de outro trem, retorna para o café da estação na tentativa de pedir um pouco de água para que pudesse limpar seus olhos. Ela tenta melhorar o estado de seu olho, mas sem sucesso. Até um homem, que alegava ser um médico, abordá-la lhe oferecendo ajuda. Este homem era Alec. Com o cisco retirado, Laura o agradece e os dois se despedem logo em seguida, cada um indo em direções opostas da estação como se nada tivesse acontecido. Aquele foi apenas um rápido momento cotidiano de suas vidas que em breve deveria ser esquecido. E provavelmente teria sido, se eles não tivessem se esbarrado sem querer na esquina de uma rua pouco tempo depois. E mais tarde de novo em um restaurante onde Laura estava prestes a almoçar, com um lugar convenientemente vago em sua mesa, que logo foi ocupado por Alec que, curiosamente, estava ele mesmo procurando por uma mesa para se sentar por lá.

A partir daí, conversa vai, conversa vem... A conexão é imediata. Os dois vão descobrindo ter gostos em comum e alguns outros muito diferentes. Vão trocando informações sobre suas vidas como se já se conhecessem houvesse muito tempo. Até mesmo decidem ir ao cinema assistir a um filme juntos, e se divertem muito com uma pianista engraçada. Tudo isso como bons novos amigos, é claro. Quando finalmente precisam voltar para suas casas, eles percebem que passaram o dia praticamente inteiro juntos. Aquilo foi algo especial. Foi o dia mais legal e animado que os dois tiveram em muito tempo dentro de suas rotinas.

De uma certa forma, esse primeiro dia que Laura e Alec passam juntos remete muito ao encontro de Jesse e Celine no filme Antes do amanhecer, que viria a ser lançado somente anos depois, em 1995. Os dois não só se conhecem ao estarem num trem, como também desenvolvem, em apenas 24 horas, uma inesperada afinidade, que só parece ser possível com almas gêmeas que estão juntas há muito tempo, através do ato da conversa espontânea e desmedida sobre tudo que lhes viesse à cabeça. É mais ou menos isso que acontece com o casal protagonista de Desencanto. A diferença é que, ao contrário de Jesse e Celine, que só se reencontraram de novo anos depois, Laura e Alec já combinaram de fazer isso logo na semana seguinte, ainda sem compreenderem a real natureza de seus sentimentos aparentemente amistosos.

É engraçado observar também como o cenário da estação de trem costuma ser muito utilizado em filmes românticos (bem como o de aeroportos). No caso de Desencanto, a imagem dos trens passando simboliza aqui, mais do que nunca, a efemeridade dessa relação que acabara de se formar. Assim como um trem, aquela paixão chegara de supetão, estremecendo tudo ao seu redor, mas logo teria de ir embora.


Quando Laura e Alec finalmente entendem o que houve entre eles no decorrer de seus subsequentes encontros, a culpa e a dor passam a tomar conta de todo o bem e segurança que eles vinham sentindo um com o outro.

“ALEC: Eu te amo. Eu amo os seus olhos expressivos, e a forma como sorri, e a sua timidez, e a forma como ri das minhas piadas.

LAURA: Por favor, não...

ALEC: Eu te amo! Eu te amo... E você me ama também. É inútil fingir que não aconteceu, pois aconteceu.

LAURA: Sim, aconteceu! Não quero enganar ninguém, mas agora tenho de fazê-lo. É isso que está errado, não percebe? É isso que estraga tudo.”

A mentira passa a fazer parte da relação e o tormento se transforma em algo grande demais. Tão grande que Laura até mesmo se pergunta como seu marido não foi capaz de perceber sua distância naquelas semanas. No momento em que Laura faz essa ponderação, temos um vislumbre sutil acerca de como andava sua relação familiar. Apesar de Fred ser um bom marido, talvez aquele cisco que caíra em seu olho tenha retirado também uma venda invisível que Laura tinha sobre seus olhos, que fazia com que ela não enxergasse sua rotina e não lhe permitisse perceber o que de fato sentia. 

Enquanto Alec era um médico que ainda podia contar com algumas novidades no seu dia a dia no trabalho, Laura era somente uma dona de casa, acostumada a cuidar dos filhos, fazer algumas compras e por vezes aproveitar certos hobbies. Sua vida era isso. Quando ela ousa transgredir essa rotina naquele primeiro dia com Alec, a notícia que ela recebe, de que seu filho fora atropelado horas mais cedo, parece vir a ela como uma espécie de punição divina por ter deixado de lado sua função de mãe e esposa por algumas horas.

A palavra “violência” é também repetida pontualmente em alguns diálogos dessa parte do filme em diante. Geralmente em alusão ao nível do amor entre Laura e Alec, mas também em referência à brutalidade do eminente término entre os dois. Uma eventualidade que, se já não estava prevista para acontecer de qualquer jeito antes pelas suas condições conjugais, se tornou ainda mais urgente a partir de um anúncio: Alec estava prestes a ir embora para Johannesburgo. Aceitara uma oferta de emprego por lá como uma forma de se forçar a tentar acabar tudo com Laura. Essa decisão foi como uma punhalada no coração de ambos, mas nada seria tão violento quanto a sua despedida. Ou a falta dela.

Juntos no café onde tudo começou, Laura e Alec só estavam aguardando seus trens para dizerem adeus um ao outro. A tristeza daquela separação era tão insuportável que os dois mal sabiam o que dizer. São muitas as emoções envolvidas. Laura chega até a declarar um desejo de morte mesmo diante das declarações de amor de Alec.

“LAURA: Eu quero morrer... Se eu pudesse morrer...

ALEC: Se você morresse, iria me esquecer, e eu quero ser lembrado.

LAURA: Eu sei. Também quero.”

Na hora fatídica em que restavam somente mais alguns minutos juntos, é quando a violência definitiva acontece. Os dois são surpreendidos por uma amiga (mais para conhecida) indesejada de Laura, que interrompe a despedida dos dois se sentando junto à mesa e começando a fofocar, completamente alheia ao que estava acontecendo. Alec e Laura precisam agir como se não estivessem no meio de nada. Os olhares de ambos são certeiros em traduzir todo o desconforto e desespero por trás da fachada que foram forçados a encenar.


O mais interessante é que esses mesmos momentos finais de Desencanto são também os que dão início ao filme. Porém agora alimentados pelo contexto da relação entre as duas personagens principais, a tensão no ar se torna palpável para quem está assistindo e a perspectiva da cena é diferente. É aqui que a direção mais contida do início de carreira de David Lean brilha. Tudo ao redor de Laura escurece. Os pensamentos dela em sua narração vão a mil. E aí ouve-se um apito: o trem de Alec chegou.

Mas ao invés de os dois terem o tipo de despedida emocionada e apaixonada que se espera de dois amantes prestes a se afastarem para sempre, o que acontece é um dos gestos mais frios imbuídos de afeto que o cinema já viu. Impedido de poder lhe dar um beijo ou dizer mais uma vez que a amava, Alec simplesmente coloca sua mão por sobre o ombro de Laura, apertando-o levemente. E assim ele vai embora em seguida. Laura nunca mais irá vê-lo. Nem mesmo manter o contato através de cartas. Ela entra em estado de total silêncio. Enquanto isso, sua “amiga” segue falando como uma taquara rachada.

É... Pelo visto, Shakespeare (mais britânico impossível), estava certo quando escreveu aquela frase em Romeu e Julieta: prazeres violentos têm, sim, finais violentos.

Essa cena da despedida se tornou tão emblemática que ela chegou a ser replicada de forma quase idêntica no filme Carol, de 2015. Na época de seu lançamento, o diretor Todd Haynes comentou em entrevistas como Desencanto foi uma inspiração primordial para sua abordagem na condução do romance entre Cate Blanchett e Rooney Mara no filme. Levando em consideração que Carol é a adaptação de um livro de Patricia Highsmith - que era lésbica - e que ela conta uma história de amor entre duas mulheres, é intrigante pensar em como este fato pode se relacionar com as supostas intenções de Noël Coward ao retratar seu conflito interno com sua própria homossexualidade nas entrelinhas do envolvimento entre Laura e Alec. Inspiração mais certeira não há para Todd Haynes. Mas ele não foi o único a ser impactado por ela. Sofia Coppola também foi outra diretora a revelar como o silêncio intenso de Desencanto influenciou a maneira como as personagens de Bill Murray e Scarlett Johansson se relacionam no filme Encontros e desencontros.

A cena do aperto no ombro em Desencanto e Carol
Do mesmo modo, alguns resquícios de Desencanto podem ser percebidos em filmes como As pontes de Madison e Amor à primeira vista (ambos estrelados por Meryl Streep, inclusive). Houve também a tentativa de um remake do filme em 1974, dessa vez com Sophia Loren e Richard Burton nos papéis principais. Entretanto, como a questão do divórcio já era mais aceita durante o período, visto que a revolução sexual havia acabado de tomar forma na década anterior, essa adaptação não foi tão bem recebida quanto a original, porque os valores morais que atormentavam Laura e Alec nos anos 1940 já não eram os mesmos para um casal na década de 1970. Apesar disso, a história voltou a ser contada no teatro anos depois em forma de musical, numa adaptação que mistura o texto original de Noël Coward em Still life e o roteiro do filme de David Lean.

Afinal, porém, o que acontece depois da separação de Laura e Alec?

Seguida de uma cena clímax na qual nossa protagonista quase se joga em frente a um trem, fazendo praticamente um aceno para o clássico final de Anna Kariênina (outra personagem famosa por ter traído seu marido), Laura retorna de vez para a sua rotina e aos braços de Fred, seu marido. Ele, que num primeiro momento parecia não ter notado sua distância, a acolhe muito carinhosamente com um diálogo ambíguo, que deixa uma pulga atrás da orelha a respeito de se ele sabia ou não de seu relacionamento com Alec:

“FRED: Qualquer que tenha sido o seu sonho, ele não foi muito feliz, não é?

LAURA: Não...

FRED: Há alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar?

LAURA: Pode, Fred. Você sempre ajuda.

FRED: Você esteve longe por muito tempo. Obrigado por ter voltado para mim.”

E é assim que termina Desencanto. Triste. Agridoce. Mas absolutamente encantador mesmo décadas depois de seu lançamento, por mais que o seu título em português discorde.

Felizmente, se por acaso ainda restar alguma dúvida ou preocupação acerca de como ficaram os corações despedaçados de Laura e Alec no futuro, talvez possamos nos contentar com a lembrança esperançosa de um ditado deixado pela própria Laura: “Nada dura para sempre. Nem a felicidade, nem o desespero”.

Referências



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