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Filmes de horror inspirados em obras de arte

O horror é um gênero de grandiosidade no cinema e na literatura, mas muito dele se baseia em referências nas artes visuais - especialmente em pinturas e esculturas. Umberto Eco, em seu ensaio História da Feiúra, discorre sobre as incríveis variedades da arte horrenda e como na contemporaneidade podemos perceber sua imensa influência em filmes de horror e fantasia que marcaram suas décadas. Muito do cinema de horror foi tirado diretamente da arte. Vamos ver algumas peças de artes visuais com cenas de filmes que podem ou não ter sido influenciadas por elas, mas que se assemelham em diversos aspectos e demonstram como o horror dos filmes sempre esteve presente na arte desde seus primórdios? 

O Exorcista: estátua do demônio Pazuzu 

A imagem de Pazuzu é referida desde a Antiguidade, quando a entidade era considerada um demônio capaz de trazer doenças, pragas e diversos horrores à população babilônica. Ele era descrito como rei dos demônios dos ventos, e sua aparência era híbrida, contendo braços humanos terminados em garras, asas de ave, a cauda de um escorpião e o pênis ereto, além da cabeça de serpente, ornada com chifres, uma barba, olhos esbugalhados e um focinho canino aberto como se rosnasse à humanidade. Sua imagem era utilizada em estátuas, porém, mais comumente em amuletos e escudos de proteção, em que podia ser retratado seu corpo ou apenas sua cabeça. 

Ao contrário do que se acredita, o demônio Pazuzu não era visto apenas como entidade maligna capaz de provocar a desgraça. Se convocado por um mago especialista, ele também poderia ser um ícone protetor contra atos de outros demônios, como Lamashtu - acreditava-se que ela atacava grávidas e recém-nascidos. Dessa forma, vemos que a imagem de Pazuzu se estende para além dos entendimentos contemporâneos de bem e de mal, mas de conveniência a si próprio, como muitos deuses do período também o faziam. 

No clássico cinematográfico de horror O Exorcista, de 1973, temos a figura do demônio Pazuzu como um ícone capaz de gerar mudanças malignas na vida da jovem Regan (Linda Blair) e nas pessoas ao seu redor. Sua imagem em estátua é muito presente em momentos impactantes do filme. Na cena inicial, sua aparição é evidente na dualidade de sua postura demoníaca perante a posição do padre Merrin (Max von Sydow), aquele que realizará o exorcismo, num momento em que Merrin observa cães brigando e rosnando, como se fosse o próprio som emitido pelo demônio. Ao final, Regan se ajoelha perante sua imagem fantasmagórica que surge em seu quarto e ergue os braços a ele de forma quase ritualística, num paradoxo de aproximação repulsiva, um conflito entre a identidade pessoal e a mentalidade dominada pela possessão. 


Alucarda e Haxan: a bruxaria satânica de Goya 

Francisco de Goya é um dos renomados artistas do Romantismo. Suas obras mais conhecidas abordam os temores da guerra, temas mitológicos e cerimônias de ocultismo. Em O Sabá das Bruxas, de 1798, o artista pinta uma cena pagã em que um bode sentado com guirlanda de folhas adornando seus chifres parece apontar com seu casco a um recém-nascido, como se o estivesse abençoando. A seu redor juntam-se seus fiéis, as bruxas, trazendo-lhe como oferenda corpos de crianças mortas. A obra é perturbadora em sua essência, mas a atmosfera mística e técnica única de Goya a tornam admirável.

Goya transforma as alterações do Iluminismo, contextos do período da Inquisição, além dos anos do governo constitucional espanhol. A obra citada faz parte de uma série de mesma temática, como Voo de bruxas, O feitiço, A cozinha dos bruxos, O enfeitiçado pela força e O convidado de pedra. Ainda na mesma temática, o artista reproduziu a série Los Caprichos, de 1799, contendo 80 gravuras que criticam a Inquisição espanhola e a cobiça da Igreja Católica perante as posses judias. 

Goya retrata o bode novamente em 1821, na obra denominada O Sábado das Bruxas, dessa vez de forma ainda mais perturbadora. A atmosfera é mais obscura que a da obra anterior, tanto na imagem do bode quanto no cenário árido e no semblante das pessoas representadas. O bode, grandioso, vestido com uma túnica preta, é acompanhado de um sacerdote baixo, de túnica branca. As pessoas representadas ao redor têm expressões de pânico e são numerosas, se estendendo aos montes. Essa pintura apresenta uma evolução da situação da obra de 1798 - vemos mais seguidores e uma representação mais humana da forma do bode, como se na intenção de representar o Diabo no corpo humano, mas ainda com a cabeça do animal. 

A imagem do bode como símbolo do impropério da sexualidade, dos desejos e das emoções mais intensas é proveniente da Grécia Antiga e a figura do deus Dioniso, celebrada com festividades noturnas, regadas a vinhos, carnes, frutas e orgias. Mais tarde, ainda antes do domínio cristão na Europa, os próprios gregos passaram a valorizar mais outros deuses em detrimento de Dioniso, justamente por conta da imagem de exacerbação de suas festividades, como afirma Friedrich Nietzsche em O Nascimento da Tragédia.    

Sábado das bruxas ou o grande bode, de Goya

De forma semelhante ao quadro O Sabá das Bruxas, de 1798, em Alucarda, filme de 1977, há uma cena em que Alucarda (Tina Romero) e sua amante, Josephine (Susana Kamini), participam de uma iniciação à bruxaria contendo orgias e rituais narrados pela bruxa suprema, no qual são abençoadas por um homem trajando uma máscara de bode. O filme demonstra que esse é o local em que se sentem aceitas para serem elas mesmas, expressando sua identidade e libertação sexual, uma apologia ao dionisíaco renegado às mulheres pela castidade religiosa. Existe também no filme uma referência ao deus pagão Cernunnos, que é associado a florestas e apresenta chifres e uma aparência híbrida de humano com características animalescas, que pode também ser associada à cena e pintura citadas.

Em Haxan: A Feitiçaria Através dos Tempos, a figura do bode representa Satã, imenso perante os demônios e as bruxas ao redor. Ele também veste a túnica preta presente na obra O Sábado das Bruxas. O filme aborda, em fases, momentos da história humana até o período em que foi realizado (anos 1920), adentrando temas de teologia, bruxaria, Inquisição, as supostas possessões nos conventos, como Loudun, e discussões acerca da histeria feminina no início do século XX. Com toda a dramaticidade do cinema mudo, o enredo apresenta com excelência o contexto de bruxaria mágica e as fantasias assombrosas dos demônios que transportam o espectador para um universo macabro fantástico. 


Pânico: O Grito persistente 

A obra O Grito, do artista expressionista Edvard Munch, representa os terrores da sociedade imersa em ansiedade, à beira da guerra. A personagem que grita parece fantasmagórica, desesperada na ponte, de forma muito melancólica. O pôr-do-sol ao fundo traz uma atmosfera pesada à obra, como se o entorno fosse sufocante e opressor, da mesma forma que as questões políticas do momento o eram. Com a ascensão do nazismo, o Expressionismo foi abafado na mídia, considerado pelo governo como arte degenerada, com muitas das obras destruídas. Munch, assim como Goya, demonstra que o horror é político, e que as guerras geram sequelas à sociedade de formas muito assustadoras, provocando mais violência, pobreza, ansiedade e suicídios. O Grito representa a personalização disso; enquanto a personagem abre a boca escandalosamente, percebe-se a agonia do desespero mudo. 


A máscara utilizada pelo assassino Ghostface, em Pânico (1996), é relacionável com a expressão distorcida da representação humanoide em O Grito: a face extensa, com a boca muito aberta e os olhos fundos com semblante angustiante. Ghostface também retrata os horrores, dessa vez enfrentados pela juventude em uma temática de transtornos mentais em adolescentes, aqueles que nunca são ouvidos ou reconhecidos socialmente. O filme ainda aborda a questão dos assassinos em série, que cresceram muito em número nos Estados Unidos desde a Guerra do Vietnã, devido aos traumas da guerra, refletidos nas atitudes de violência e homicídio. Assim, da mesma forma que vemos no rosto em O Grito, observamos na máscara de Ghostface o terror. 


O Enigma de Outro Mundo: o surrealismo de Dalí 

Na obra Construção Mole com Feijões Cozidos (1936), criada pelo espanhol Salvador Dalí, vemos uma pintura de um corpo descontruído a níveis que remetem a uma construção inacabada, um monumento humano feito de tantas partes estranhas, um rosto macabro regozijante com seios, pés marcados e outras partes muito volumosas, as massas disformes. O título serve como metáfora da Guerra Civil Espanhola de forma irônica: o corpo “fatiado” está imitando os feijões e vegetais dispostos sobre o prato, elementos cotidianos no meio de um cenário de seca, o que pode ser associado também com questões da fome. A autofagia é muito presente no quadro de forma violenta, expondo o terror que as guerras trazem à população.

Em O Enigma de Outro Mundo (1982), percebemos semelhante construção visual da obra no design da criatura. O enredo trata de um ser desconhecido que infecta as pessoas e o cachorro presentes na expedição, transformando-os em criaturas monstruosas, distorcidas, as quais são removidas de muitas de suas características humanas, adquirindo formas desproporcionais quase alienígenas. Essas criaturas seguem infectando os pesquisadores a tal ponto que eles próprios deixam de confiar uns nos outros e passam a se envolver em conflitos cada vez mais violentos, até serem totalmente consumidos, seja pelo evento sobrenatural ou por si próprios em seus temores submersos, da mesma forma que ocorre na guerra.


Possessão: Medusa e a monstruosidade feminina 

A imagem da Górgona é muito conhecida e difundida ao redor do mundo. O semblante triste e frágil, despedaçado da personagem Medusa, que é imposta ao horrendo, é uma das características que a torna um ícone entre os monstros da mitologia. Percebe-se em sua figura uma humanização do monstruoso. A escultura de Gian Lorenzo Bernini, de 1630, refere-se à cena do momento do degolamento por Perseu, em que a expressão de sofrimento inesperado de Medusa reflete a imensa dor gerada à mulher durante todaa  sua vida, injustiçada pelo mundo dominado por homens e por seu poder perante o corpo feminino. 


Em Possessão (1981), se não fosse pelo pôster alternativo em que a protagonista, Anna (Isabelle Adjani), é desenhada nua com cabelos rebeldes de serpente, sendo amarrada por eles, talvez a referência à Górgona não fosse tão evidente no filme. No entanto, no início de uma de suas cenas icônicas, em que o feminino abjeto é revelado com maior intensidade, percebe-se em Anna a mesma expressão desesperadora encontrada em Medusa, havendo uma exploração intensa do horror que habita o corpo da mulher, presente de forma metafórica na tentativa obsessiva do esposo, Mark (Sam Neill), em manter o relacionamento mesmo após o enorme repúdio de sua esposa. O amante de Anna também parece querer controlá-la através do sexo e de sua sensação de superioridade intelectual a Mark. 

Em meio ao caos de relacionamentos e questões maternas, Anna se vê num labirinto em que não importa que caminho escolha, ela é constantemente controlada pela figura ou consciência masculina. O próprio monstro/demônio, apesar de totalmente disforme, uma massa viscosa e inumana, consegue dominá-la e fazê-la agir de forma ensandecida. Em busca de liberdade, a possessão ocorre no filme como um efeito mental do desejo de reencontrar-se como mulher, uma pessoa com sentimentos e falhas, e esvair-se de seu corpo em forma de dejetos líquidos, enquanto na face identifica-se a expressão de horror da Górgona. 


Eraserhead: O Sofrimento Humano em Umberto Martini 

A obra Nascimento - Sofrimento Humano, de 1923, pintada por Umberto Martini retrata uma cena psicodélica horrenda, semelhante a um pesadelo, em que a figura central é um bebê com os globos oculares totalmente brancos, sofrendo com lágrimas nos olhos e vômito escorrendo pela boca. É uma figura tão escatológica quanto a de Possessão, seu corpo está contorcido e por ele escorrem dejetos escurecidos, como sangue, o que revela que esse seria o momento do nascimento. Por trás no cenário, observa-se um olho medonho num tecido viscoso e rasgado à esquerda e um clarão de luz proveniente de um objeto indefinido à direita, que remete ao ato de dar à luz a um filho. A obra se refere ao nascimento humano como algo terrível, pois, segundo expressa, a humanidade está fadada ao sofrimento desde o momento em que deixa o útero. 

Existem diversas semelhanças entre o contexto e a imagética de Nascimento - Sofrimento Humano com a narrativa de Eraserhead (1977), em que um homem simples tem por filho uma criatura que nos é apresentada como um estranho bebê de aparência alienígena. O filme discute as dificuldades da paternidade, colocando o filho como um tormento, que vive doente, e é tão estranho à visão do homem, pois o ambiente em que vive não o prepara para agir como pai. 

A dor, a violência psicológica e física retratadas através de métodos surrealistas, somadas ao preto e branco contínuo das cenas, traz uma visão de estranhamento, melancolia e terror à obra de David Lynch, remetendo ao cenário de filmes mudos do início dos anos 1920, o que coincide também com a data de criação da pintura Nascimento. A atmosfera claustrofóbica do quarto do protagonista gera uma intimidade com os detalhes da paranoia por ele vivenciada, até alcançar seu ato mais horrendo: destruir o filho recém-nascido. 


Onibaba: o demoníaco feminino da máscara Hannya 

Hannya é uma máscara recorrente no teatro japonês conhecido como Nô. Ela é utilizada na representação do espírito vingativo de uma mulher. A máscara horrenda tem, inclusive, semelhança com a lenda dos youkais japoneses, pois alguns deles eram justamente espíritos de mulheres traídas ou injustiçadas em busca de vingança contra o mal que fizeram a elas. Uma máscara Hannya é caracterizada por sua aparência grotesca, olhos esbugalhados, de expressão perturbada, um sorriso monstruoso com presas e chifres pontiagudos emergindo da cabeça. Relaciona-se diretamente à imagem de um demônio, como se derivada de um pesadelo fantasmagórico, porém espetacular. 


Em Onibaba (1964), a máscara Hannya é usada pela protagonista, a anciã (Otowa Nobuko), como forma de assustar sua nora e seu amante, escondendo-se na relva alta com uma túnica branca e exibindo-se como fantasma, sob uma trilha sonora macabra. Esse truque, entretanto, voltou-se contra ela, pois a máscara grudou em seu rosto de forma definitiva, da mesma forma que ocorreu com o guerreiro soberbo do qual ela a removeu após a morte. Mas Onibaba não existe apenas como moral sobre o retorno de atos egoístas e obsessivos, mas como viés sobre o horrendo no corpo da mulher idosa e todas as pressões que inserem na mentalidade social a ideia de que a velhice torna a pessoa incapacitada de agir por conta própria. 

A invalidez imposta à mulher que não tem uma companhia masculina ao lado, especialmente em sociedades mais conservadoras, é o fator principal gerador do problema e da ação desesperada da protagonista, mostrando como o horrendo é uma expressão da sociedade em todos os seus atos e formas, independentemente da cultura em que é inserido. 


The Rocky Horror Picture Show: a subversão do gótico conservador de Grant Wood  

A obra Gótico Americano, de 1930, é uma pintura de caráter regionalista, movimento de arte moderna popular dentro do realismo estadunidense. Apesar de ter se popularizado rapidamente, gerou algumas polêmicas por interpretações satíricas da mesma. Porém, o autor se colocava como alguém que tentou representar fielmente a população de Iowa, de modo sincero. O título Gótico Americano se deve não apenas ao caráter sóbrio e obscurecido da obra, na estranheza do olhar das personagens e na janela peculiar exibida junto delas, mas no fato de que seu criador, Grant Wood, era um estudioso da arquitetura europeia que, ao passar despretensiosamente por uma pequena cabana branca, reparou que as janelas continham um estilo gótico estranhamente chamativo para uma casa mais humilde, o que o inspirou a retratá-la em um rascunho e, mais tarde, na famosa pintura. 

Wood provavelmente não imaginava que o branco da casa contrastante com as cores obscurecidas das vestes das personagens traria aos espectadores uma perspectiva de localidade sinistra, com um casebre repleto de mistérios, onde os moradores, que parecem tradicionalistas comuns, na verdade guardam grandes segredos. Alguns teorizadores afirmam, inclusive, que o homem da obra não é um fazendeiro, mas um pregador que usaria o forcado para afastar o Diabo. Seja como for, Gótico Americano é uma obra misteriosa que gera indagações até a atualidade por seu caráter simples, mas sombrio, demonstrando a inteligência sutil da imagem. 


The Rocky Horror Picture Show (1975) subverteu a proposta de Gótico Americano numa alusão direta à obra na cena inicial do casamento. Além da capela ter a arquitetura semelhante a da casa, vemos as personagens Columbia (Little Nell) e Riff Raff (Richard O’Brien) numa versão conservadora, vestidos, ou, melhor dizendo, fantasiados como os modelos do quadro. Mesmo na cena em que Brad (Barry Bostwick) e Janet (Susan Sarandon) adentram o castelo de Frank-N-Furter (Tim Curry), Riff Raff aparece como um mordomo esquisito e segura um quadro réplica de Gótico Americano. O contexto de Rocky Horror, como chamado pelos fãs, é uma ode à expressividade, pautada na temática de liberdade sexual e identidade em questões LGBTQIA+, satirizando a obra de Wood por meio da transgressão da ideia de tradicionalismo conservador branco da sociedade estadunidense. 

Já na cena final do filme, há uma releitura da obra num cenário enevoado e iluminado comum aos filmes de ficção científica a que The Rocky Horror Picture Show alude, com Magenta (Patricia Quinn) e Riff Raff vestidos com roupas futuristas prateadas. O fato da cena recriar o momento inicial é uma referência à estruturação do gótico, em que as histórias apresentam repetição de temas, de modo a criar uma maior imersão em seu contexto. Na cena, Magenta usa o cabelo idêntico ao da Noiva de Frankenstein (1935) - a mulher criada para o homem-monstro e para a exposição de seu corpo em eventos científicos -, e Riff Raff segura em suas mãos o forcado, ou tridente, acessório comum de Gótico Americano, como arma para matar Frank-N-Furter, um simbolismo forte da opressão conservadora à população LGBTQIA+. 

Outra referência que pode ser associada indiretamente é a relação da apresentação de burlesco livre comandada por Frank com o contexto do Cabaret Voltaire, o local de nascimento do Dadaísmo (Vanguarda de Arte). Em 1916, artistas refugiados da Primeira Guerra Mundial reuniram-se em Zurique, na Suíça, para causar impacto com apresentações mistas de peça com dança e poesia, tudo de forma livre, intuitiva, refletindo suas angústias e indagações e suas visões de mundo no contexto caótico da guerra. A arte também é caótica e desperta o pensamento através do horror, enquanto as vaias do público apenas demonstram a manipulação escondida na verdadeira alienação política. 

O gênero de horror é capaz de evidenciar os aspectos crus e pulsantes da sociedade, a vida como aspecto doloroso, o autoflagelamento metafórico a que a humanidade constantemente se submete, a morte como o suspiro desolador ou esperança de redenção. Afinal, na arte, no cinema ou em qualquer outro meio, o horrendo nos assusta e fascina, nos torna mais críticos em relação ao lugar onde habitamos e expõe a nudez da obra até os ossos, para que passemos a visualizar o mundo com olhar atento e vigilante aos terrores que nos cercam. 

Referências 




Arte em destaque: Mia Sodré 

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