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Rua do Medo: referências do horror cinematográfico ao social


Nas últimas semanas, a Netflix lançou uma trilogia de filmes de terror que tem gerado muita discussão: Rua do Medo (Fear Street no original). Baseados na série de livros de mesmo nome, da autoria de Robert Lawrence Stine, os filmes dirigidos por Leigh Janiak surpreendem com sua chamada saudosista que os fãs de terror identificaram com tamanho êxtase. O Querido Clássico não poderia ficar de fora da discussão, sendo um site composto por um misto de clássicos e cultura pop. Aqui temos a intenção de abordar possíveis referências em dois âmbitos: o cinematográfico e literário e o histórico-social, que podem se fundir ao longo deste, pois ambos estão associados. 

Desde já aviso que essa análise contém spoilers, àqueles que não assistiram ao filme e são apreciadores do gênero de terror, sugiro que assistam e depois retornem para as referências e reflexões posteriores.

Referências histórico-sociais do enredo


Cidades-parasita e o sacrifício do herói


Começamos o filme sendo apresentados a uma rivalidade entre Shadyside e Sunnyville. Percebemos que Sunnyville de alguma forma inexplicável sempre sai em vantagem em relação a Shadyside, e ao decorrer dos filmes começamos a compreender o porquê. Após o pacto realizado entre Solomon Goode e os demônios por ele citados, é notável a ocorrência de uma relação parasita de Sunnyville com Shadyside. Uma passa a se alimentar e a se beneficiar de sacrifícios da outra, algo semelhante ao que costumeiramente era contado em lendas antigas, a exemplo do épico indiano Mahabharata, que contém um trecho no qual uma cidade apresentava sequestros de pessoas realizados por um demônio (Rakshasa) da montanha, chamado Bakasura, e organiza um envio de um membro de cada família por semana e um banquete em sacrifício para o demônio. Entretanto, o herói Bhima se oferece em sacrifício e enfrenta o demônio, destruindo-o. Essa sequência de narrativa, em que o herói enfrenta forças do mal e salva uma cidade (ou o mundo), é algo a que estamos familiarizados pois está presente no imaginário coletivo desde tempos antigos.

Num geral, a relação parasita é desenvolvida de modo interessante nos filmes, Shadyside sofre com os efeitos e, por mais que seus habitantes lutem para ir contra, a história do sacrifício de inocentes se repete constantemente e assombra os moradores. Isso pode ser associado a variadas situações sociais, especialmente a relações de poder em que pessoas de privilégio detêm controle e exploram o trabalho de insubordinados. Embora possivelmente não tenha sido a intenção do filme, a relação parasita pode ser identificada facilmente no nosso cotidiano, seja no trabalho ou nos relacionamentos que temos; é um horror do cotidiano e político.


O Ocultismo de Solomon


Na terceira parte, vemos a cena em que Deena, revivendo o passado de Sarah Fier, encontra o templo secreto de ocultismo do isolado Solomon Goode. Então, ela compreende que ele era o verdadeiro bruxo causador dos grandes problemas do vilarejo de Union. Entretanto, existe uma referência articulada com As Clavículas de Salomão (Lemegeton Clavícula Salomonis), um famoso grimório reunido em uma única obra no século XVII, anteriormente separado em três partes: “A descrição dos 72 Espíritos e seus respectivos selos”“Uma descrição dos principais materiais usados na invocação” e “As conjurações a serem usadas para chamar-se o espírito”, cujos conhecimentos são popularmente conhecidos como Goétia. Em suma, a obra relata uma série de supostas formas de conjurar esses seres, com uma combinação de elementos pelos quais se afirma que Salomão teria controlado e aprisionado os espíritos.

No filme, observamos a interessante referência da obra no nome de Solomon (Salomão, Rei de Israel), que possui em seu templo esculpidos um círculo no qual apreende um pentagrama invertido e um triângulo a ele sobreposto. Na Goétia, o triângulo se refere ao local de contenção do espírito e o hexagrama ou pentagrama são utilizados para proteção do mago. Entretanto, no filme, não se vê nenhum dos selos dos espíritos utilizados para a invocação, muito provavelmente para não haver tentativas de reprodução de uma conjuração por parte do público e não haver ligações diretas com reprodução de atos espirituais. De qualquer modo, os nomes de muitos dos espíritos da Goétia são citados quando vemos a formação do templo e o surgimento de um ser pulsante que nos lembra A Bolha Assassina (The Blob), filme dirigido por Chuck Russell em 1988, o que vai dar vida aos desejos de Solomon e a seus descendentes.

Policial como vilão: um diferencial dos slashers tradicionais


Uma das grandes surpresas do filme sem dúvidas é descobrir que o vilão é o próprio xerife, Nick Goode (Ashley Zukerman), descendente de Solomon. Aquele que deveria ajudar e proteger a população, ser imparcial, era verdadeiramente quem arquitetava a destruição de Shadyside. A partir de então, enxergamos Goode por outra perspectiva. Há um momento muito forte, exatamente quando Deena descobre sobre o passado de Shadyside, em que Goode se aproxima de seu irmão, Josh (Benjamin Flores Jr.), e ele se sente completamente intimidado pelo policial. Ali se tornou impossível não lembrar dos inúmeros casos de racismo e violência policial que têm crescido nos últimos anos, como o caso de George Floyd nos Estados Unidos, que causou mobilizações mundiais, e sentir o verdadeiro peso de ter Goode como vilão, recordando que os protagonistas são negros.


O enfrentamento final torna-se emblemático em sentidos sociais. Além da mudança de perspectiva muito impactante, temos a quebra de expectativa do próprio enredo. Nos acostumamos com as referências que encontramos dos slashers que se popularizaram do final dos anos 1970 até os 1990, desde o já citado Pânico até HalloweenSexta-Feira 13Carrie, a Estranha e O Iluminado, filmes nos quais os policiais têm comumente um destes finais: descrença que prejudica os protagonistas; ajuda que termina em morte; morte sem motivos aparentes. Entretanto, Rua do Medo subverte essa crença já fundada dos fãs de horror e traz um policial que, sim, morre, mas que é o causador de todo o caos que ocorre com os protagonistas, e esse é um grande diferencial dessa trilogia, que funcionou muito bem e, apesar de simples e fácil de acompanhar, traz concepções sociais e pontos históricos que também nos fazem refletir sobre o rumo político do mundo, afinal, o horror é sobre isso.

Referências cinematográficas e literárias


O Carro Vermelho - Christine, o Carro Assassino


Apesar de o veículo estar presente mais como um ponto de referência no bosque onde se encontram as ossadas de Sarah Fier, ele é uma referência direta ao filme Christine, o Carro Assassino (1983), de John Carpenter, inspirado no romance homônimo de Stephen King. É uma referência facilmente identificável, sendo o carro extremamente semelhante ao Plymouth Fury, um modelo vermelho e branco de 1958 utilizado no filme. Enquanto Christine acompanha a vida de Arnie Cunningham (Keith Gordon) após ter comprado um carro antigo com personalidade e raciocínio próprios, que se torna perseguidor obsessivo de todos que se aproximem de seu proprietário, em Rua do medo: 1994, o carro tem seu momento de estrela na perseguição dos Bad Boys de Sunnyville atrás do ônibus escolar de Shadyside, remetendo a essa característica do famoso veículo assassino.

Ryan Torres (O Máscara de Caveira) - Pânico e Halloween


Ryan Torres, conhecido como o “Máscara de Caveira”, é amigo de Heather (Maya Hawke), e tudo parece fluir bem entre eles, até que ela recebe uma ligação desconhecida de alguém que aparenta estar enviando um trote. Ela não leva a sério, mas assim que percebe que está sozinha com o estranho que a ameaça, tenta fugir a todo o custo, sem sucesso. Quando o assassino finalmente a mata, com inúmeras facadas, ele remove sua máscara e ela vê o rosto do amigo no assassino. Parece um enredo familiar e realmente é. Logo no início de Rua do Medo: 1994, percebemos a referência ao primeiro filme da franquia Pânico (Scream), de 1996, dirigida pelo aclamado Wes Craven, de modo realmente muito alusivo. No slasher, Casey Becker (Drew Barrymore) é rendida da mesma forma por um estranho com máscara de fantasma (Ghostface), o qual antes de morrer ela desmascara e percebe que é um de seus colegas de classe.

O Máscara de Caveira em Fear Street

No personagem de Ryan também percebemos as primeiras alusões a Halloween: A Noite do Terror (dirigido por John Carpenter em 1978) numa das cenas subsequentes do primeiro filme na casa dos protagonistas. Observamos o distanciamento da câmera para um plano geral da cena e o suspense gerado pelo assassino, que, numa tentativa de imitação do Boogeyman, tenta aparecer e desaparecer sob os olhos da vítima, como uma ilusão, o mesmo artifício de terror incitado por Michael Myers (Nick Castle) no primeiro filme, que o tornou um ícone do horror. 

Também na cena do hospital em que Sam (Olivia Scott Welch) fica para ser tratada dos ferimentos causados na perseguição de carro, percebem-se elementos de Halloween II, com as mortes acontecendo no ambiente de forma bastante sangrenta e nas demais provocadas pelo personagem nas quais é possível sempre notarmos a criatividade de Myers.

O Ghostface em Pânico (1996)

Ambas as referências são algumas das mais famosas quando pensamos em assassinos mascarados; elas geram a sensação de mistério e assombro no sentido de que o serial killer pode ser uma pessoa próxima, de que sua máscara pode ser facilmente encontrada numa loja de fantasias como vestimenta de Halloween. Esse fator é o que perturba o imaginário, que passa a ter dificuldade a distinguir a realidade, sendo um dos elementos de horror mais interessantes de serem investigados e inclusive trazendo uma memória do desenho Scooby Doo, Cadê Você?, lançado em 1969, cujo enredo principal constava nos protagonistas unidos em um grupo investigativo de paranormalidades e monstruosidades, apenas para descobrir que o vilão era uma pessoa comum, fantasiada, e passando a mensagem de que os verdadeiros monstros são as pessoas.

Ruby Lane - The Evil Dead


Uma das assassinas menos notadas no filme é a Ruby Lane. Observamos a jovem enlouquecida, andando de um modo lento como um zumbi, cantarolando e agindo de forma imprevisível. Ela tenta atacar um dos amigos de Deena (Kiana Madeira) quando ele a julga como uma jovem bonita em sofrimento. Ao investigarem sua história, Josh (Benjamin Flores Jr.), irmão mais novo de Deena, expõe uma matéria que afirma que “ela cantava enquanto matava o namorado, os amigos, e quando se matou cortou os pulsos”. Embora não seja uma referência direta, esse estado de loucura após-possessão, em que as vítimas agem de forma hipnótica, por vezes infantil e bestial, remete à construção de monstros no clássico de 1981 Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (The Evil Dead), dirigido por Sam Raimi.

No filme clássico, observamos a possessão ocorrer de forma bizarra: a floresta ao redor da cabana que um grupo de amigos vai passar uns dias para relaxar é viva, como uma entidade, e possui de forma bizarra uma das mulheres do grupo, que retorna à cabana agindo de forma muito estranha, quase remetendo a uma boneca quebrada, e passa a contaminar seus amigos ao feri-los ou matá-los. Um enredo que também pode ser associado aos filmes de temática zumbi de George A. Romero, como A Noite dos Mortos-Vivos (Night of the Living Dead), O Despertar dos Mortos (Dawn of the Dead) e O Dia dos Mortos (Day of the Dead). No final de Rua do Medo: 1994, Sam também apresenta comportamento semelhante, muito mais agressivo, mas associado à mesma lógica de possessão e irracionalidade digna de um “morto-vivo”. E o filme mais famoso por possessões é, claro, o clássico O Exorcista (The Exorcist, de 1973, dirigido por William Friedkin), apesar da trilogia não apresentar elementos tão macabros visualmente.

The Evil Dead (1981)

Mad Thomas - Sexta-feira 13 e O Iluminado


Mad Thomas (McCabe Slye), antes apenas Thomas, da sequência Rua do Medo: 1978, é uma clara referencia a Jason Voorhees da franquia Sexta-feira 13, especialmente nos elementos que o personagem utiliza: o machado e o saco com que cobre o rosto em Sexta-feira 13: Parte 2 (Friday the 13th: Part 2, de 1981, dirigido por Steve Miner). O próprio filme faz apologia ao acampamento Crystal Lake, com os segredos de Nightwing, as cabanas, o lago, a atmosfera nostálgica que imerge os espectadores nessa sensação imediata de filme slasher, realmente fazendo crer que Jason irá aparecer a qualquer momento.

Há uma cena no filme que também é diretamente relacionada a outro clássico, quando Mad Thomas quebra a machadadas uma porta que não consegue abrir, atrás da qual Ziggy (Sadie Sink) está escondida. O filme mostra a ação lentamente, e o ato repetitivo parece uma homenagem à cena icônica de O Iluminado (The Shining, de 1980, dirigido por Stanley Kubrick), em que Jack Torrance (Jack Nicholson), totalmente enlouquecido pelo isolamento, pelo bloqueio criativo e sua mente frágil às aparições que vê no decorrer da trama, tenta atacar sua esposa, Wendy (Shelley Duvall). Jack quebra a porta do banheiro a machadadas e, enquanto Wendy grita, desesperada, ele enfia o rosto na lasca de madeira quebrada e, com um sorriso diabólico, exclama: "Here 's Johnny!”, como quem diz “Aqui vou eu!”, remetendo a um predador antes de abater sua presa. Essa é mais uma adaptação de uma obra do Stephen King presente visualmente no filme e muito agradável de ser vista pelos fãs. 

Pastor Cyrus Miller - A Vila e Bruxas de Salém


Filmes sobre bruxaria e julgamento são muito populares no gênero de horror, desde sua origem como no terror-documentário Häxan: a Feitiçaria Através dos Tempos (Häxan, de 1922, direção de Benjamin Christensen) até sua inovação em A Bruxa (The Witch, de 2015, dirigido por Robert Eggers), a temática assombra aos espectadores com uma ambientação sempre repleta de árvores estranhas, demônios, bruxas, cabras, estranhos acontecimentos e objetos amaldiçoados. Mas, quando começa o filme Rua do Medo: 1666, indagamos se o enredo da história de Sarah Fier terá alguma marca desses filmes que amamos.

O filme A Vila (The Village, de 2004, dirigido por M. Night Shyamalan) foi fonte de inspiração. A vila em que os protagonistas vivem é isolada e ameaçada por seres na floresta, tendo como maior jurisdição um Conselho. Mas o jovem Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) decide que essa situação não pode se manter, pois a vila não consegue subsistir sozinha. Indo à floresta, eles quebram o pacto de segurança que se mantinha entre as criaturas e a população, assim gerando um enorme caos no local até então pacato. Assim também se sucede no último filme de Rua do Medo. Depois que o grupo de amigos vai à floresta para uma festividade de frutos e bebidas alcóolicas, as jovens Sarah Fier e Hannah Miller temem ter despertado algo demoníaco, pois viveram um romance na noite de lua cheia, ainda por cima após terem visitado a viúva que acreditavam ser uma bruxa. Já na manhã seguinte terríveis acontecimentos passaram a decorrer no pequeno vilarejo de Union. Um dos elementos mais essenciais foi o sequestro e assassinato de crianças e jovens pelo próprio pastor da vila, Cyrus Miller, pai de Hannah. O terrível ocorrido fez com que o homem arrancasse os olhos das crianças e os seus próprios, num estado absurdamente perturbados, que também remete às cenas finais de A Bruxa, em que sua família enlouquece e sofre uma violência brutal, entre si ou por animais, como a cabra Black Philip, que seu pai acredita ser o demônio e o afronta, sendo ferido por seus chifres.

Häxan (1922)

Por outro lado, fatos verídicos de julgamentos decorrentes em Massachussets no ano de 1692, no qual uma grave perseguição foi responsável pela execução de pelo menos dezenove de seus habitantes, fizeram com que Arthur Miller - que originou o sobrenome dos Miller de Rua do Medo - , já em 1953, registrasse informações sobre as vítimas e sobre sua própria experiência de ter sido condenado por não delatar seus companheiros (acusados de serem comunistas). Então, ele escreve a peça As Bruxas de Salém (The Crucible), adaptada para o cinema em 1996 com o mesmo título, na direção de Nicholas Hytner. É importante citar que a maior crítica de Miller é política. A própria peça explicita a ridicularidade do ser humano que culpabiliza o diabo por quaisquer viés político que afronte o seu próprio, seja ele qual for, algo que curiosamente parece ocorrer na sociedade até a atualidade.

No que diz respeito ao enredo da peça, é narrada a história de mulheres que teriam sido vistas pelo reverendo da cidade, Parris, dançando na floresta, todas lideradas por Tituba, uma jovem negra escravizada, e uma das jovens com ela é identificada como a própria filha do eeverendo, Betty, que adoece após o episódio. Assim, as mulheres da cidade começam a ser investigadas e acusadas desvairadamente, sofrendo consequências terríveis. Percebe-se o mesmo tipo de ocorrência no relacionamento de Hannah Miller e Sarah Fier, que são avistadas num ato romântico na floresta e prejudicadas quando o vilarejo de Union é afetado por algo que consideram diabólico, levando Sarah Fier a confessar ter seduzido a jovem que também foi perseguida. Porém, Fier foi a única enforcada pela confissão, amaldiçoando por fim todas as gerações de Solomon Goode, que seriam em algum momento desmascaradas. 

Rua do Medo: 1666

Outras referências 


Harry Hooker, o leiteiro, com referência ao Stephen King e o conto Entregas Matinais presente no livro Tripulação de Esqueletos; Billy Barker, o garotinho da máscara e taco de baseball, que nos lembra assassinos mascarados e espíritos de crianças como o jovem Michael Myers de Halloween e Thomas de O Orfanato (The Orphanage, de 2007, dirigido por J. A. Bayona); O “Esquartejador de Meninas” cuja cena de afogamento remete diretamente a uma das mortes em Sexta-feira 13; O “Matador Humpty Dumpty”, cujas referências são desconhecidas além do nome que é o mesmo de um personagem literário de Alice no País das Maravilhas, livro clássico de Lewis Caroll.

Referências 


  • SOARES, José Leonardo dos Santos. Poder, Perseguição e Silenciamento: A Caça ao “Outro” em “As Bruxas de Salém” de Arthur Miller. 2019.
  • RAJAGOPALACHARI, Chakravarti. Mahabharata. Diamond Pocket Books (P) Ltd., 1970.
  • PETERSON, Joseph H. (Ed.). A Última Chave de Salomão: Lemegeton Clavicula Salomonis. Weiser Books, 2001. 


Arte em destaque: Mia Sodré 

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