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5 animações clássicas que não são da Disney


As animações vêm encantando o público desde o início; seja em longa ou curta metragem, algumas simplesmente têm o inegável poder de arrebatar o nosso coração além de ensinar preciosas lições de uma maneira sutil e descomplicada. Entretanto, isso não é necessariamente uma coisa exclusiva da Disney. Não nego que a casa do Mickey tem feito um excelente trabalho arrebatando nossos corações com diversas personagens e histórias encantadoras, mas o mundo das animações vai muito além dela.

Pensando nisso, resolvi revirar minha memória relembrando os tempos em que acordava cedo pra assistir desenhos na TV e meus DVDs em busca de algumas animações 2D clássicas que não são da Disney, mas tão incríveis quanto. Se você cresceu assistindo a TV aberta nos anos 2000, deve estar familiarizado com alguns filmes dessa lista. Vamos lá! 

O Rei & Eu (1999) 



Adaptado do musical The King and I da dupla Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II, o longa nos apresenta a história da inglesa Anna Leonowens que parte de Londres para o Sião onde foi contratada para dar aulas para os filhos do rei. Logo de cara já temos um conflito de interesses entre Anna e o rei: a Professora quer a moradia fora da propriedade real que lhe fora prometida enquanto sua majestade insiste que ela permaneça no palácio.

O filme pode ser visto com um embate direto de culturas totalmente diferentes; Anna acha alguns conceitos do Sião totalmente errados e ultrapassados, já o rei quer atualizar o país trazendo ciência, filosofia e alguns costumes de diferentes países e culturas. Toda essa divergência entre os dois é o grande combustível do filme, além de também dar o tom cômico, juntamente com músicas já conhecidas pelo público como Getting to Know You e a inesquecível Shall We Dance?

Caso você esteja familiarizado com a clássica versão de 1956, estrelada por Yul Brynner e Deborah Kerr, é bem possível que estranhe algumas mudanças feitas na versão animada, como, por exemplo, a maior participação e a vilanização de Kralahome, o primeiro-ministro.

Curiosamente, uma outra versão live action dessa mesma história foi lançada naquele ano, estrelada por Jodi Foster e Chow Yun-Fat.

A Ratinha Valente (1982) 



Nessa história, que marca o início de Don Bluth na direção, acompanhamos a Sra. Brisby, uma ratinha viúva que mora em um bloco de concreto no campo da fazenda da Família Fitzgibbons. Ela se prepara para se mudar devido à época da aração que está prestes a começar, porém seu filho Timothy adoece, o que a faz recorrer ao Sr. Eras, um velho amigo de seu falecido marido que diagnostica Timmy com pneumonia e alerta que ele deve permanecer de repouso por pelo menos três semanas. Entretanto, a Sra. Brisby não imaginava que o Sr. Fitzgibbons fosse começar a arar o campo mais cedo do que o previsto. Impossibilitada de iniciar sua mudança, ela precisa de um outro plano com urgência. Brisby com a ajuda de Jeremy, um corvo atrapalhado cuja vida ela salvou, vão até o Grande Coruja na esperança de que ele possa lhe dar uma solução. A Coruja diz que não pode lhe ajudar, porém, quando ouve o sobrenome da ratinha, ele lhe diz que o nome de seu marido, Jonathan, não é desconhecido por ali e a aconselha a ir um grupo de ratazanas que vivem embaixo de uma roseira na fazenda e falar com o líder deles o místico Nicodemos.

Ao chegar no território das ratazanas, Nicodemos conta a ela a história do envolvimento de Jonathan com as ratazanas de NIMH - National Institute of Mental Health (ou INSM - Instituto Nacional de Saúde Mental). Os ratos foram pegos por um laboratório de pesquisa e, após receberem algumas injeções, se tornaram inteligentes e capazes de ler. Eles mantiveram esse segredo longe dos cientistas até que em uma noite escaparam pelo sistema de ventilação, onde ficaram encurralados em uma porta, quando Jonathan os destrancou, libertando-os.

Pela amizade e coragem de Jonathan, Nicodemos e os ratos de NIMH prometem ajudar a Sra. Brisby para salvar sua casa e sua família.

A Ratinha Valente (The Secret of NIMH no original) não só é um daqueles filmes que mostra o quão longe uma mãe é capaz de ir para salvar sua família, mas também que a pura bravura pode ser encontrada onde menos se espera.

Fievel: Um Conto Americano (1986)



Nesse longa de 1986, que marca a primeira participação de Steven Spielberg produzindo uma animação, é narrada a história de Fievel, um ratinho russo de uma família judia que decide emigrar para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Contudo, durante a viagem de navio, Fievel é lançado em alto-mar e acaba se perdendo de sua família.

É interessante como esse filme consegue trazer a vivência de muitos imigrantes que partiram para os Estados Unidos acreditando que aquela seria a terra dos sonhos e das oportunidades (a tão desejada Promised Land) e acabaram enfrentando a dura realidade repleta de dificuldades quando lá chegaram.

Na época em que foi lançado, Fievel se tornou a maior bilheteria de uma animação não produzida pela Disney. Ela também foi uma das primeiras animações a conseguir o feito de ultrapassar a Disney, desbancando As Peripécias de um Ratinho Detetive, lançada no mesmo ano, que por coincidência foi outra animação tendo roedores como protagonistas.

O longa ainda recebeu uma indicação ao Oscar pela canção Somewhere Out There, escrita por James Horner e interpretada por Linda Ronstadt e James Ingram.

Gatos Não Sabem Dançar (1997)



Essa animação foi produzida pela Turner Feature Animation antes do estúdio ser consolidado em Warner Bros. Animation.

Nela, acompanhamos a história de Danny (Scott Bakula), um gato sonhador que sai de sua cidade natal em Kokomo, Indiana, para tentar carreira como ator em Hollywood. Todavia, o ingênuo Danny não sabia que seria tão difícil assim, principalmente graças aos grandes estúdios de cinema desistiram de fazer filmes com animais. Suas dificuldades aumentam ainda mais quando ele cruza o caminho de Darla Dimple (Ashley Peldon), uma atriz-mirim popular e egocêntrica com carinha de anjo que está disposta a eliminar qualquer um que seja uma ameaça aparente ao seu sucesso.

Podemos dizer que Gatos Não Sabem Dançar é uma espécie de Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain no original) para crianças. A comparação é impossível de não ser feita quando analisamos a fundo ambos os filmes. Enquanto Cantando na Chuva nos mostra a transição dos filmes mudos para os falados e a adaptação dos atores a essas novas mudanças, Gatos Não Sabem Dançar (Cats Don’t Dance) nos mostra animais tentando alcançar um espaço maior em um lugar onde eles apenas são tratados como meros coadjuvantes. A comparação fica ainda mais crível quando descobrimos que Gene Kelly contribui como consultor de coreografia do filme, seu último trabalho antes de morrer (inclusive o filme é dedicado a ele).

Essa animação de 1997 encanta não só pela trilha sonora, que conta com Natalie Cole cantando músicas compostas por Randy Newman e Steve Goldstein, e pelas maravilhosas referências a outros clássicos do cinema como O Mágico de Oz e King Kong, mas também pelo otimismo e carisma encantador de Danny e a dualidade que ele e Sawyer trazem à trama.

Chantecler: O Rei do Rock (1991)



Em Chantecler: O Rei do Rock (Rock-a-Doodle no original), nos familiarizamos com a história de Chantecler, um galo de fazenda que acredita que sua cantoria é responsável pelo nascer do sol, coisa que todos os outros animais da fazenda também acreditavam. Contudo, numa madrugada enquanto todos dormiam, o Grão-Duque dos Mochos, que detesta a luz do sol, manda um de seus capangas brigar com o galo, o impossibilitando de cantar para o sol. Chantecler acaba vencendo a briga, mas, enquanto a luta acontecia, o sol veio a nascer. Quando os outros animais percebem que o sol nascia sem o canto de Chantecler, começam a ridicularizá-lo e chamá-lo de impostor. Desolado, Chantecler vai embora da fazenda em direção à cidade, onde acaba se tornando uma estrela do rock.

Enquanto a carreira do galo decola, as coisas na fazenda iam de mal a pior devido a uma forte chuva, que causou uma inundação. Assim, um pequeno grupo de animais resolve ir para a cidade à procura de Chantecler para que ele possa trazer o sol de volta.

A história do galo roqueiro encanta pela trama de amizade e companheirismo que os amigos do galináceo demonstram para com ele. Ela nos faz pensar em como algumas pessoas fazem uma grande diferença em nossas vidas, e que às vezes até parece que elas realmente são capazes de trazer a luz do sol de volta. 


Arte em destaque: Mia Sodré 
Lilia Fitipaldi
Jornalista; virginiana com ascendente em aquário; 27 anos; lufana orgulhosa, escritora. Cinéfila - de E o Vento Levou a Vingadores Ultimato. Louca das séries, do esoterismo, dos gatos, dos musicais, a maior fã/defensora de Taylor Swift, Sara Bareilles e Maggie Rogers que você vai conhecer. Me esforço para descobrir o máximo do mundo da Broadway e às vezes me perco no mundo dos livros e das séries.

Comentários

  1. Adorei as lembranças. Parabéns pelas escolhas!😘

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  2. Não sei se mais alguém lembra do filme Doze Meses. Galera da minha geração talvez lembre, ele é de 1980, uma parceria entre Japão e União Soviética. Lembro de alugar o VHS desse filme constantemente porque era muito bonitinho.

    Uma rainha quer um buquê de galantos para o Ano Novo e oferece uma recompensa a quem encontrar, já que é inverno. Uma mulher gananciosa envia a enteada, uma menininha de quem ela não gosta, pra floresta, sabendo que a tarefa é impossível. Assisti tantas vezes e descobri ele no YouTube dia desses! 🌷

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