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Clássicos para assistir no Dia dos Namorados


É muito comum vermos em seriados e filmes celebrarem o dia de São Valentim, que, para quem não sabe, é um feriado bem especial em alguns países, feriado este no qual se celebra o amor, não só entre casais, mas amigos e familiares. O Valentine's Day é celebrado no dia 14 de fevereiro nos Estados Unidos e em parte da Europa.  A origem da tradição surgiu com lendas, histórias contadas ao longo do tempo; a mais conhecida é sobre um bispo chamado Valentim. Durante o século III, no Império Romano, os casamentos foram proibidos pelo imperador Cláudio II, porque, como estavam em período de guerras, ele acreditava que seus soltados homens eram melhores nas batalhas se estivessem solteiros, já que não teriam nenhum vínculo afetivo no qual focar. Porém, seguindo contra as ordens do imperador, Valentim realizava às escondidas diversos casamentos de jovens casais. Mas após ser descoberto, o bispo foi preso e condenado à morte. Em forma de apoio, jovens  continuaram deixando flores e cartas ao longo dos anos no local em que ele foi enterrado. 

Aqui no Brasil esse feriado tem uma relação com o Dia dos Namorados, comemorado no 12 junho. Mas se engana quem acha que existe uma motivação especial para ser celebrado nesse mês e não em fevereiro. Basicamente o motivo é comercial: por junho não ser tão forte de vendas decidiram transferir para esse mês a celebração e aquecer o comércio com um feriado em que os namorados pudessem se presentear. Vale lembrar que dia 12 também é véspera do dia do "santo casamenteiro", Santo Antônio. 

Celebrando esse mês tão romântico e cheio de amor, selecionamos clássicos para assistir nessa data especial e celebrar o amor. Fica aqui uma lista muito especial cheia de afeto. 

Luzes da cidade (1931)

Dir.: Charlie Chaplin 


Se nesta lista existe um filme que podemos classificar como clássico dos clássicos este é de fato Luzes da cidade. O longa protagonizado e dirigido por Charlie Chaplin acompanha a infeliz vida do nosso querido "vagabundo" (para quem não sabe, Chaplin interpreta esse personagem em vários de seus filmes) que muda após conhecer uma jovem florista cega. Esse encontro acaba gerando um engano; a moça pensa que ele é um homem rico. O vagabundo se apaixona por ela, e essa paixão faz com que ele se meta em diversas confusões para ajudar a pobre florista que está prestes a ficar sem teto. Um clássico do cinema mudo e uma das obras-primas mais belas e puras já filmadas. É de uma delicadeza e sensibilidade sem igual. Um amor entre uma florista cega e um pobre vagabundo consegue emocionar e aquecer os nossos corações até hoje. Ah, e o final é belíssimo!


Aconteceu naquela noite (1934)

Dir.: Frank Capra


Em Aconteceu naquela noite, Ellie (Claudette Colbert), uma jovem rica e mimada, se casa às escondidas a contragosto de seu pai. Para conseguir oficializar esse casamento ela foge com o objetivo de chegar até Nova York e encontrar seu "marido". No meio do caminho ela conhece Peter Warne (Clark Gable), um jornalista sem papas na língua que acaba de ser demitido e vê na fuga da socialite uma grande chance de conseguir o emprego de volta. Decidido, ele consegue fechar um acordo com Ellie que, mesmo não indo com a cara do rapaz, aceita a ajuda dele. Os dois não se suportam desde o início, mas, adivinhe só, eles se apaixonam. E sim, você já deve ter visto inúmeros enredos como esse, com duas pessoas que não se gostam, mas, por ironia do destino precisam conviver juntas por um tempo. Esse é um dos maiores clichês, mas a verdade é que Aconteceu naquela noite é referência no gênero de comédias românticas. Esse clássico serviu de base para vários filmes produzidos ao longo dos anos. O filme foi vencedor de 5 Oscars e até hoje é considerado um dos melhores já feitos. 


A princesa e o plebeu (1953)

Dir.: William Wyler 


A princesa e o plebeu é estrelado por Audrey Hepburn em seu primeiro trabalho para o cinema - e que lhe rendeu seu primeiro e único Oscar. Na trama ela dá vida a Ann, uma princesa que está fazendo uma viagem pela Europa para mais um de seus inúmeros compromissos. Por trás de simpatia e gentileza ela esconde sua frustação por não poder viver uma vida da forma como ela queria, sem eventos programados e discursos já escritos. Após uma crise, ela escapa da embaixada em que está em Roma e decide explorar a capital italiana como uma pessoa comum. Ann acaba dormindo em um banco de praça e quem a socorre é o repórter Joe Bradley (Gregory Peck), que a leva para seu apartamento. Quando o rapaz descobre que a moça é na verdade a princesa ele a convida para conhecer Roma com ele, e assim aproveitar a oportunidade de ter fotos exclusivas da jovem fora da realeza. Esse filme tem algo que já diz muito, ele tem Audrey como protagonista. Desde quando ela surge em tela não há dúvidas de que ali estava a personificação de uma princesa, com muita delicadeza, um carisma inconfundível e uma beleza que não fez só o personagem de Peck se apaixonar, mas todos que a viram em cena. Esse é o tipo de filme consegue transmitir com leveza como é bom aproveitar a vida. 


A Dama e o Vagabundo (1955)

Dir.: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson e Hamilton Luske

É bem provável que na sua infância você já tenha assistido a pelo menos um filme da Disney ou a dezenas de filmes do estúdio. Aqueles desenhos clássicos das princesas, as histórias do Mickey Mouse e seus amigos, tudo isso traz uma memória afetiva para muitos de nós. Mas o clássico da vez é um romance em forma canina. Na trama, Lady, uma cadela da raça cocker spainel que tem uma vida muito feliz com seus donos, um casal de classe média, vê sua vida mudar quando a chegada de um bebê à família faz seus donos a deixarem para trás. Após uma confusão, Lady acaba indo parar na rua e é ajudada por um cachorro viralata conhecido como Vagabundo, que a leva para a uma aventura pela cidade. O resultado é uma história de amor muito fofa e linda, e vale lembrar que uma das cenas mais famosas de beijos vem daqui, quando os cães acabam se beijando acidentalmente comendo macarrão. Vale a pena assistir e se apaixonar pelo casal mais uma vez.


Tarde demais para esquecer (1957)

Dir.: Leo McCarey

Tarde demais para esquecer poderia ser intitulado com um grande melodrama se não fosse um filme tão bom. Existe filmes que merecem o famoso "não se fazem filmes como antigamente", frase com a qual concordo em alguns momentos em outros não, mas aqui faz sentido. O enredo é um tanto quanto simples e já foi reprisado em outros filmes (remakes, sendo Sintonia do amor um deles). Nickie Ferrante (Cary Grant) é um playboy mulherengo que está de casamento marcado com uma jovem milionária. Mesmo com os dias de solteiro contados ele não perde a chance de dar em cima de Terry McKay, uma ex-cantora que está noiva de um rico empresário, estando os dois a bordo de um transatlântico que partiu da Europa para Nova York.  Apesar de negar as investidas do rapaz, Terry topa estabelecer uma amizade com ele. Durante a viagem eles se aproximam cada vez mais resultando em uma grande paixão e questionamentos sobre o futuro. Eles então decidem que ao chegar na cidade nova-iorquina tentarão terminar seus relacionamentos, e dentro de seis meses eles irão se encontrar no Empire State para se casar, isso se ainda estiverem apaixonados um pelo outro. 


A premissa de um encontro marcado dali a alguns meses já vimos, e muito. Mas aqui ele é impedido por um acidente que os distancia, apesar da lembrança que um tem do outro ainda continuar viva. O casal tem uma energia adorável e ao mesmo tempo melancólica. Os momentos em que eles vão descobrindo mais sobre o outro é genuíno. É uma história sensível, mesmo com seu drama na medida certa. E a química entre os atores faz com que torçamos para o casal viver sua história de amor. 

A princesa prometida (1987)

Dir.: Rob Reiner


Esse filme é um daqueles clássicos da Sessão da Tarde; há quem diga que a nossa memória pode nos enganar, fazer com que a gente acredite que filmes que vimos quando mais jovens era bons. De fato existe filmes que não resistem a uma revisita e com isso têm sua qualidade questionada, o que não é o caso de A princesa prometida. Na trama, um avô vai visitar seu neto que está doente e leva consigo um livro de fantasia para ler. A história do livro é sobre Buttercup (Robin Wright) e o grande amor de sua vida, o camponês Westley (Cary Elwes). Para viver esse amor o rapaz decide que precisa fazer fortuna e parte em viagem, mas, meses depois a mocinha recebe a notícia de que ele morreu em um ataque pirata. Após cinco anos, Buttercup acaba prometida em casamento para o terrível príncipe Humperdinck (Chris Sarandon), porém, dias antes do casamento ela é sequestrada por três bandidos em busca de recompensa. Contudo, o plano do trio é atrapalhado por um homem mascarado que os persegue, fazendo a princesa acreditar que aquele seja quem matou o seu amado Westley. 

Este é só um breve resumo desse conto de fadas bem satirizado. O mais genial nessa obra é como ela consegue contar uma história usando ao seu favor os diálogos, que são ao mesmo tempo que divertidos, elegantes. Hoje considerado um clássico cult, vale muito a pena assistir e dar boas risadas. 


Harry e Sally - Feitos um para o outro (1989)

Dir.: Rob Reiner 


Disparado uma das melhores comédias românticas de todos os tempos Harry e Sally - Feitos um para o outro tem possivelmente o melhor clichê de todos: os melhores amigos que se apaixonam. O filme acompanha a vida de Harry (Billy Crystal) e Sally (Meg Ryan) por um período de 12 anos. Os dois se conhecem em 1977, quando Sally dá uma carona a Harry até Nova York. Durante a viagem os dois dividem opiniões diferentes e concordam que não devem ser amigos. Ao longo de 10 anos eles se encontram pelo menos duas vezes, sendo a última mais feliz, já que estão maduros e um tanto melancólicos por seus relacionamentos anteriores, que foram um fracasso. Visto que ambos estão passando pela mesma situação, decidem ser amigos, e quanto mais conhecem um ao outro mais eles se apaixonam, gerando aquele famoso conflito "será que vai estragar nossa amizade?". 


Sou muito fã desse filme não só por ele ser um dos melhores no quesito comédia romântica, mas por ele ser sincero. O cotidiano de ambos é exibido de uma forma franca, eles se divertem juntos, compartilham suas experiências, criam vínculos com amigos próximos e pedem comidas em restaurantes a ponto de já saberem o que pedir para o outro. Isso evidencia que o amor nasce também na convivência, no se deixar conhecer e aceitar o outro como ele é. Se prepare para boas risadas e diálogos espirituosos. 

Antes do amanhecer (1995) 

Dir.: Richard Linklater 


Os anos 1990, assim como a sua década anterior, foram compostos de inúmeras comédias românticas, cheias de suspiros e gestos grandiosos de amor. Mas em Antes do amanhecer existe um pulsar mais filosófico e contido no romance. Na trama, o estadunidense Jesse (Ethan Hawke) conhece Céline (Julie Delpy), uma jovem francesa, em um trem. Os dois iniciam uma conversa, fazendo com que o rapaz convide Céline para desembarcar em Viena para vivenciar aquele momento de extrema conexão que sentiram. Os dois passam um dia inteiro explorando a cidade, trocando suas experiências de vida e desfrutando da companhia um do outro. Esse momento fica marcado na vida de ambos, decidindo seu futuro. 


É um completo deleite acompanhar esses protagonistas, e é extremamente natural como os diálogos são ditos e o quão à vontade eles pareciam se sentir. Obvio, eles são atores, precisam está bem ensaiados em seu trabalho, mas, nesse filme é importantíssimo que assim fosse porque o que segura ele são os diálogos, tudo aqui é na conversa. Há algo de mágico no caminhar deles, na troca de olhares e nas risadas; essa combinação deu tão certo que resultou em mais três filmes, que são incríveis. 

Titanic (1997)

Dir.: James Cameron


Se existe um fenômeno no cinema este é Titanic. Este ano o filme recebeu uma reexibição especial em 3D e 4K  nos cinemas do mundo pelos seus 25 anos de lançamento. Fui mais uma vez prestigiar a obra, e a sessão que assisti estava lotada, havia pessoas de todas as idades, o que me fez pensar em como esse clássico é realmente diferente do tudo que já se viu. Digo isso porque ele se mantém na lista de filmes de maiores bilheterias mundiais com mais 2 bilhões de arrecadação, e ele é o único romance lá, concorrendo com blockbusters de lançamento recente. Para uma obra como essa se manter lá é muito por sua história, que todos já conhecem, mas ainda emociona até hoje. 


Na trama um grupo de caçadores exploram destroços do RMS Titanic, um navio que afundou em 1912, na sua primeira viagem. Eles procuram pelo famoso diamante Coração do Oceano. Eles não o encontram, mas localizam uma pintura com uma jovem a joia. Ao descobrirem quem era aquela mulher, agora idosa com mais 100 anos de idade, ela conta sua experiência naquele navio e a grande história de amor entre os jovens Rose (Kate Winslet) e Jack (Leonardo DiCaprio). Este resumo já é o suficiente porque se você ainda não viu esse filme está perdendo tempo; ele tem o casal com a maior química já existente, uma tragédia real, o navio inafundável... Mas se você já viu vale a pena rever e se apaixonar (ou chorar) por DiCaprio e Winslet mais uma vez. 




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Maria Fontenele
Piauiense, nascida em 2000, se arrisca a escrever desde pequena. Apaixonada por reprises de filmes antigos, sonha em viver num musical dos anos 60, mesmo sem saber cantar. Chora ouvindo Scorpions, e tem uma lista tão grande de livros que jura que vai ler tudo antes de morrer.

Comentários

  1. Ver Titanic no cinema foi uma experiência inesquecível! É incrível a potência desse filme mesmo depois de mais de duas décadas.

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