A rainha em São Paulo. Acervo/Estadão |
As obras de arte do MASP
No dia 8 de novembro de 1968, o Diário de São Paulo relatou a visita da rainha:
“A Rainha surpreende-se ao ver um quadro de Churchill... Adorou os Renoirs. Parou diante dos pintores ingleses, recebeu os cumprimentos dos pintores brasileiros, examinando também suas obras”.
A visita da rainha ao MASP, em 1968. Acervo/Estadão |
A sala azul de Trent Park, de Winston Churchill (1934). Créditos: MASP |
Além desse, a rainha ficou admirada com as obras de Pierre-Auguste Renoir, grande pintor francês impressionista do final do século XIX. O MASP tem por volta de 14 obras do artista, sendo Rosa e azul - As meninas Cahen d'Anvers (1881) a mais conhecida entre o público.
Rosa e azul - as meninas Cahen d'Anvers, de Pierre-Auguste Renoir, 1811 |
Dentre os artistas que cumprimentaram a rainha estavam Tomie Ohtake, Maria Helena Chartuni, Caciporé Torres, Sheila Branningam, Nelson Leirner e Babalu.
“Dá-me muito prazer inaugurar este museu”, foram as palavras finais do discurso da rainha. O MASP foi aberto ao público apenas cinco meses depois, em 7 de abril de 1969.
A inauguração da ponte Rio-Niterói
A rainha também deu início às obras da Ponte Rio-Niterói, localizada em Ponta do Cujo, no dia 9 de novembro, em uma cerimônia que durou meia hora e com forte presença da polícia.
O Estado de São Paulo noticiou o feito como "A ponte entre a Inglaterra e o Brasil", ressaltando os interesses políticos da ocasião, o que reforçava a ideia de valorização em torno dos policiais como autoridade.
No site Rainhas Trágicas, Renato Drummond destaca a importância dos registros da imprensa desse período e a conexão com os tempos que antecederam o momento mais crítico da Ditadura Militar:
"Devido ao fato de que nos dias em que a soberana esteve no país ainda se havia alguma liberdade de imprensa (antes que o Ato Institucional n° 5 fosse definitivamente implantado), possuímos um vasto acervo documental sobre sua visita, tanto em revistas, como em jornais da época."
A visita e o destaque dado à realeza ia ao encontro dos objetivos de firmar as relações do governo com o mundo, além de apresentar a inauguração da ponte Rio-Niterói como sinônimo de sucesso dessa suposta reconstrução da nacionalidade brasileira, discurso tão comum à Ditadura Militar.
Em visita ao Estádio do Maracanã, a rainha Elizabeth II e o príncipe Phillip posaram ao lado de Pelé, o que configurou mais uma foto de três figuras históricas, o que curiosamente faz dela algo forte entre as realezas, já que Pelé seria apelidado de o Rei do futebol.
Encontro entre a rainha Elizabeth II, príncipe Phillip e o jogador de futebol Pelé. Acervo/Estadão |
Vendo a cidade do alto: a rainha do Terraço Itália, em São Paulo. Acervo/Estadão |
A rainha em seu discurso no Congresso Nacional, em Brasília |
Referências bibliográficas
- MASP (instagram)
- Rainha Elizabeth II inaugurou o prédio do MASP (Estadão)
- Acervo Estadão
- 1968: o ano em que a rainha Elizabeth II visitou o Brasil! (Rainhas Trágicas)
- When he wasn't making history, Winston Churchill made paintings (Artsy)
Texto: Marina Franconeti
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