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Filmes clássicos de terror perfeitos para a sua festa do pijama


A magia de uma boa festa do pijama conquista pessoas de todas as faixas etárias, desde as mais jovens, que fazem de tudo para passar a noite acordadas, até as mais velhas, que dão mais valor para um sono bem dormido. Porém não importa a idade – de corpo ou de espírito –, existe um elemento comum incontestável em todas as festas do pijama: tem que ter um bom filme!

Assistir a filmes na companhia de amigas e amigos é sempre divertido. A experiência compartilhada, com comentários em tempo real e discussões enquanto os créditos rolam na tela, acrescenta novas perspectivas para interpretar uma obra que, se apreciada apenas por uma pessoa, talvez fosse compreendida com menos profundidade. Poucas análises conseguem ser tão perspicazes – ou absurdas – quanto aquelas feitas entre amigos no intervalo entre uma sessão caseira de cinema e um longo cochilo.

Além disso, é uma forma de se envolver melhor não só com os filmes, mas com os próprios parceiros de sofá. Pesquisas indicam que é um hábito saudável para fortalecer relacionamentos amorosos e de amizade, pois as pessoas criam uma identidade compartilhada ao criarem laços assistindo o mesmo filme ao mesmo tempo, transformando os elementos “você” e “eu” em um único “nós”. Com o foco na tela, os corações começam a bater em sincronia, e o que parece ser apenas um passatempo prazeroso torna-se uma grande atividade social.

No mês de outubro, é praticamente obrigatório organizar uma festa do pijama para assistir a filmes de horror. O encanto da experiência compartilhada ganha novas dimensões quando o macabro, o repulsivo e o aterrorizante estão presentes, e os gritos de susto logo são sucedidos por risadas. E, certamente, enfrentar o resto da noite fica mais fácil na companhia de amigas e amigos, ainda mais quando o escuro triunfa, os móveis rangem, os ventos uivam e passos pesados ecoam na rua...

Pensando nisso, elencamos alguns filmes clássicos de terror para embalar a sua festa do pijama, para garantir muita emoção nas pernoites na sua própria casa, na casa de um amigo ou até mesmo em alguma mansão decrépita.

O Massacre (1982)



O massacre (The slumber party massacre, no original) é a pedida ideal caso você e suas amigas gostem de metalinguagem: nada como assistir a um filme sobre uma festa do pijama durante uma festa do pijama! Originalmente roteirizado pela escritora feminista Rita Mae Brown, e dirigido por Amy Holden Jones, é quase um slasher comum, sem grandes alterações no que se espera do gênero, mas há uma sutil perspectiva feminista que o torna intrigante. 

Personagens pontuais e sem relevância para a história, como os que cumprem a função de zelador e de técnico de conserto de telefone, na verdade são interpretados por mulheres. Elementos como sexualidade, inocência e construções de gênero, que são centrais para definir quem é quem nesse tipo de filme, acabam sendo apresentados de forma diferente, ainda que não subversiva. Há bastante nudez feminina, como mandava o protocolo, mas essa exposição é construída principalmente para mostrar que as jovens moças são alvo não apenas do serial killer com sua furadeira – uma arma para lá de fálica –, mas também do olhar masculino, que está sempre ao redor com sua ameaça voyeurística e objetificante.

Contudo, se você não quiser prestar atenção nessa mensagem, é plenamente possível aproveitar o filme como um slasher normal, sanguinolento e divertido. A satisfação continua sendo garantida.

Assassinatos na Fraternidade Secreta (1982)



O longa Assassinatos na fraternidade secreta (The house on sorority row), que estreou no Brasil apenas em 1983, conta com direção e roteiro de Mark Rosman. Para escrever o filme, Mark se inspirou na própria experiência como membro de uma fraternidade na Universidade da Califórnia, bem como no clássico suspense francês Les Diaboliques (1955), ou As Diabólicas. A trajetória do diretor pelo ensino superior deve ter sido, no mínimo, curiosa, porque o filme sustenta uma grande carga de bizarrice – não por ser surreal, mas por ser excêntrico. Por exemplo, observa-se que a trama começa a desandar a partir de uma travessura inocente: ameaçar uma senhora idosa com uma arma e obrigá-la a mergulhar em uma piscina (que estava imunda, diga-se de passagem).

Ainda que o final do filme não seja excelente, o desenrolar da história é divertido e magnético. Um pacto silencioso é firmado entre as garotas da fraternidade e as pessoas do outro lado da tela, ainda mais depois que um grande mistério se apresenta. A mistura entre o drama da vida pessoal das personagens e os acontecimentos sinistros vai cortando a noite na fraternidade, que está sendo o local de uma festa para celebrar a formatura das garotas. É um slasher simples, mas com uma dose suficiente de originalidade para não ser esquecido. Para quem gosta de cenas de mortes criativas, é um deleite – para quem não gosta, basta tapar os olhos nos momentos certos, e ainda dá para aproveitar bastante!

A Noite das Brincadeiras Mortais (1986)



Sob a direção de Fred Walton, famoso por seus filmes de horror produzidos para a televisão, o slasher A noite das brincadeiras mortais (April Fools' Day) é uma ótima opção para quem quer um terror com comédia. Na trama, um grupo de amigos vai passar o final de semana na ilha particular da amiga rica da turma. Eles se reúnem justamente no dia primeiro de abril – o famigerado dia da mentira –, e por isso a anfitriã decidiu armar várias pegadinhas nos cômodos da grande mansão em meio à ilha isolada. O que poderia dar errado?

Logo, quando todos se preparam para dormir, as pegadinhas começam a se misturar com atentados fatais, indicando a presença de um assassino sádico que, com certeza, não havia sido convidado. As personagens são cativantes e bem diferentes entre si, então logo é possível elencar para quem torcer a favor e para quem torcer contra – a propósito, essa é uma brincadeira divertida de se fazer com os amigos no sofá enquanto o filme roda: quem será que vai sobreviver até o final? O slasher dá abertura para jogar o joguinho sem culpa, pois seu próprio roteiro cria essa tensão. Inspirado em Sexta-feira 13, ele segue os tropos do gênero, mas apresenta um desfecho original. Fica a lição de moral: conheça bem quem você chama para dormir na sua casa, ou os moradores das casas em que você aceita dormir...

Bonecas Macabras (1987)



Lançado apenas um ano antes de Brinquedo assassino, que apresentou o icônico Chucky para o grande público, Bonecas macabras (Dolls) é um verdadeiro tesouro esquecido. Dirigido por Stuart Gordon, notável no horror e na ficção científica, o filme gira em torno da experiência de Judy, uma criança cheia de imaginação que está enfrentando uma viagem nada agradável com seu pai e sua madrasta. Quando o carro deles atola em meio a uma tempestade, o trio procura abrigo em uma grande mansão que mais parece um pequeno castelo. Assim como outros viajantes que foram surpreendidos pela forte chuva, eles são acolhidos pelos donos da casa: um idoso que confecciona bonecas e sua simpática esposa.

Talvez você esteja pensando que essa descrição inicial lembra muito mais um conto de fadas do que um filme de horror. Mas não se engane: essa foi justamente a intenção do diretor, que combinou elementos de fantasia infantil a um terror sanguinolento com um equilíbrio admirável, resultando em uma mistura entre Sessão da Tarde e Cine Trash. A classificação etária original do filme é R, o equivalente a 18 anos nos indicadores brasileiros, e isso vai se justificando ao longo da noite na mansão, em que as bonecas deixam de ser tão inofensivas, a imaginação se mistura com a realidade, e todos os atos geram consequências. Perfeito para assistir e então trancar todas as suas bonecas e pelúcias no armário antes de dormir.

Noite Infernal (1981)



A última recomendação desta lista é a mais indicada caso sua turma de amigos tenha se cansado de ver filmes nas próprias casas. Vocês podem sair da rotina invadindo um imóvel abandonado da sua cidade para assistir a esse filme, que mistura o slasher com o tropo da casa mal-assombrada! Contudo o Querido Clássico não se responsabiliza por eventuais problemas com a lei, com maníacos assassinos, ou com seres de outros planos.

Sob a direção de Tom DeSimone, famoso por seus filmes cult e por sua proeminência no mercado de filmes adultos para homens gays, Noite infernal (Hell night) acompanha a iniciação na fraternidade de quatro jovens, que deverão provar sua coragem ao passar a noite na assombrada mansão Garth. Desde que assassinatos ocorreram no local, a mansão é envolvida por uma lenda sobrenatural e provoca arrepios. Entre os candidatos à fraternidade está Marti, interpretada por Linda Blair, a pequena Regan de O Exorcista. Isso faz com que o público se interesse por ela imediatamente, mas a verdade é que todas as personagens do filme são carismáticas, o que confere personalidade a um roteiro não muito original.

O filme ganha pontos pelo fato de, devido a uma festa a fantasia que antecedeu o rito de iniciação, todas as personagens estarem vestidas com trajes antigos. Assim, em uma mansão escura, apenas à luz de velas, a atmosfera fica ainda mais sinistra – lembrando até mesmo a ambientação de filmes da produtora Hammer. É, enfim, um cult que merece ser apreciado.

Referências





Arte em destaque: Caroline Cecin 

Comentários

  1. Gostei da escrita, do resumo, bem escrito, português impecável, mas filme de terror me deixa meio incomodado! Valter Diógenes.

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  2. Não só amei, como também já anoitei tudo para assistir com o crush no Halloween! Obrigada <3

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